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Grécia recusa cortar nos salários do sector privado

O ministro grego do Trabalho, Andreas Loverdos, disse hoje que um corte nos salários do 13º e do 14º mês do sector privado criará problemas ao sistema de pensões do país.

28 de Abril de 2010 às 19:25
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O ministro grego do Trabalho, Andreas Loverdos, disse hoje que um corte nos salários do 13º e do 14º mês do sector privado criará problemas ao sistema de pensões do país.

“Está tudo em discussão em cima da mesa. Mas acho que a abolição do 13º e do 14º mês não ajudará em nada”, afirmou Loverdos, citado pela Dow Jones Newswires, a propósito dos esforços de reforma que estão a ser pedidos a Atenas e que contemplam também um maior rigor salarial.

“Cortar esses dois meses extra de salários representaria uma diminuição nas contribuições para o sistema de pensões”, acrescentou o ministro grego.

Para a Grécia receber o pacote de ajudas da Zona Euro e do FMI, deverá tomar novas medidas de austeridade, ainda mais duras, conforme foi sublinhado pela chanceler alemã, Angela Merkel. No entanto, Loverdos diz que a abolição do 13º e do 14º mês custará à Grécia milhares de milhões de euros em perdas de contribuições para o sistema de pensões, refere a Dow Jones.

Hoje, o ministro grego do Trabalho reuniu-se com o principal grupo de entidades empregadoras do país, a Federação das Indústrias Gregas, que também se opôs a quaisquer cortes nos salários extra do sector privado.

Segundo a Federação, citada pela Dow Jones, quaisquer reduções de salários no sector privado só irão pesar no consumo e penalizar a economia grega. Os salários do sector privado são competitivos, salientou a Federação, acrescentando que os principais obstáculos à competitividade da Grécia estão no sector público, que é excessivamente remunerado e ineficiente, noticiou a mesma fonte.

Antes da actual crise, os níveis de pensões na Grécia correspondiam a 70% dos salários. Esse nível está agora nos 50%, salienta o “In defense of Marxism”. Os sindicatos calculam que as pensões serão cortadas entre 30% e 50%, mas além das medidas de contenção salarial exigidas pela UE e FMI para o sector público, o Fundo Monetário Internacional veio agora apelar a um corte nos salários também do sector privado (além da eliminação de 200.000 cargos da função pública), realçou a mesma fonte.

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