Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo fez opção negativa porque esqueceu as pessoas

O secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, acusou hoje o Governo de ter feito "uma opção negativa" na proposta de Orçamento do Estado para 2007, afirmando que esqueceu as pessoas em relação às dimensões económica e financeira.

17 de Outubro de 2006 às 13:23
  • ...

O secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, acusou hoje o Governo de ter feito "uma opção negativa" na proposta de Orçamento do Estado para 2007, afirmando que esqueceu as pessoas em relação às dimensões económica e financeira.

"A proposta de Orçamento de Estado traduz uma opção negativa, porque as pessoas estão ausentes", declarou o dirigente da CGTP-IN, após ter sido recebido pelo primeiro-ministro, José Sócrates, em São Bento, Lisboa.

Até quarta-feira, o primeiro-ministro receberá em São Bento os parceiros sociais e os partidos com representação parlamentar para preparar a cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, sexta-feira, em Lahti (Finlândia).

Interrogado sobre o Orçamento do Estado para 2007, Carvalho da Silva foi cauteloso, sublinhando que a CGTP-IN ainda não procedeu a uma análise detalhada da proposta do Governo.

No entanto, em termos genéricos, Carvalho da Silva lamentou que na proposta do executivo "apenas estejam presentes as dimensões económica e financeira", esquecendo-se a vertente humana.

"Na área fiscal, todos os cidadãos deveriam ter a mesma responsabilidade, deixando de haver riqueza de primeira e de segunda. Um indivíduo que obtém mil euros de rendimentos provenientes do trabalho paga impostos, mas quem obtiver mil euros por via da especulação financeira não paga nada", acusou.

O secretário-geral da CGTP-IN considerou ainda que a proposta do Governo "será muito dura", porque "não tem em consideração as condições de vida e de trabalho da generalidade dos portugueses" e prossegue na "paranóia" da redução do défice.

Face a esta perspectiva de evolução, Carvalho da Silva advertiu o Governo que, durante o próximo ano, "há razões para haver uma ampliação do descontentamento" dos trabalhadores em geral.

"O Governo deve estar consciente disso. Os movimentos de protesto não vão abrandar", avisou o secretário-geral da CGTP-IN.

Sobre a agenda da próxima cimeira europeia, Carvalho da Silva mostrou-se apreensivo face à possibilidade de se estar a assistir "uma ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, tendo como pretexto a necessidade de uma maior flexibilidade" no mercado de trabalho dos Estados-membros da União Europeia.

"A CGTP-IN pediu ao primeiro-ministro para que Portugal não embarque nesta onda, quando assumir a presidência da União Europeia", no segundo semestre de 2007, referiu Carvalho da Silva.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio