Notícia
Fundos "SOS" do euro recebem mais meios, mas menos que os reclamados
Ministros das Finanças reúnem-se hoje em Copenhaga. Devem aumentar meios dos fundos de resgate do euro. Esforço arrisca-se, porém, a ficar aquém do exigido pelos emergentes para também ajudarem a "blindar" o euro através do FMI, onde querem mais poder de decisão.
Seguindo a tradição que ainda se mantém nalguns encontros ministeriais, os responsáveis europeus das Finanças reúnem-se hoje em Copenhaga, capital do país que está a presidir neste semestre à União Europeia que, não pertencendo ao euro, assistirá a um encontro dominado pelas tentativas de solução de uma crise que poderá ter deixado a fase mais aguda e descontrolada para trás.
Para consolidar essa expectativa, OCDE, FMI e vários líderes europeus, a começar pelo primeiro-ministro italiano, Mário Monti, voltaram nesta semana a pedir o reforço "imediato e credível" dos valores passíveis de serem mobilizados pelos fundos "SOS" criados para financiar os países que percam acesso aos mercados financeiros. Objectivo: mostrar que há recursos para, se necessário, socorrer uma Espanha ou uma Itália, na esperança de que essa demonstração de força seja capaz de travar, de vez, a dinâmica da crise da dívida que, no espaço de um ano, levou Grécia, Irlanda e Portugal a pedir ajuda externa.
A OCDE pediu "pelo menos um bilião de euros" para erguer "a mãe de todas as 'firewalls' para
chocar os mercados de forma positiva, com um poder de fogo esmagador, reduzindo assim a possibilidade de alguma vez esses fundos virem a ser usados". Mas a Alemanha - que, como maior economia do euro, tem de garantir a fatia-leão dos empréstimos - não está disposta a ir tão longe.
Ontem, o ministro alemão Wolfgang Schäuble apontou para uma capacidade total em torno de 800 mil milhões de euros.
Contas de "sumir"
Segundo o documento de compromisso, que será hoje debatido pelos ministros, o actual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) - que tem 200 mil milhões de euros comprometidos a Portugal, Irlanda a Grécia, e 240 mil milhões disponíveis - permanecerá até 2013 em funcionamento em paralelo com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que o substituirá progressivamente a partir de Julho deste ano, e que terá uma dotação de 500 mil milhões de euros.
Até há bem pouco, a posição oficial da Alemanha era a de que os dois fundos, mesmo que funcionando em paralelo, nunca poderiam mobilizar mais do que 500 mil milhões de euros. A este "poder de fogo" de 700 mil milhões de euros (sendo que 200 mil milhões já estão "cativos") poder-se-ão juntar mais recursos até ao topo da folga ainda existente no FEEF, mas apenas em "circunstâncias excepcionais" e apenas depois do voto "unânime" dos líderes dos países do euro.
BRIC querem mais voz, antes de dar mais dinheiro
O reforço dos fundos europeus tem sido também a moeda de troca exigida pelos parceiros do G20 - China mas também pelo Reino Unido - para aumentarem as suas contribuições para as reservas do FMI que podem ser usadas na prestação de assistência financeira aos países do euro. No mês passado, uma decisão a esse respeito voltou a ser adiada: "Só depois de vermos a cor do dinheiro da Zona Euro, e ainda não vimos", avisou George Osborne, ministro britânico das Finanças.
Mas talvez seja preciso mais do que a Europa “fazer o seu trabalho de casa”. Reunidos ontem em Nova Deli, os líderes dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) exigiram para si mais poder de decisão nas instâncias internacionais, a começar pelo próprio FMI, de modo a reflectir o seu crescente peso económico e político no contexto mundial. É preciso, repetiram, uma “arquitectura financeira mais representativa”.
Para consolidar essa expectativa, OCDE, FMI e vários líderes europeus, a começar pelo primeiro-ministro italiano, Mário Monti, voltaram nesta semana a pedir o reforço "imediato e credível" dos valores passíveis de serem mobilizados pelos fundos "SOS" criados para financiar os países que percam acesso aos mercados financeiros. Objectivo: mostrar que há recursos para, se necessário, socorrer uma Espanha ou uma Itália, na esperança de que essa demonstração de força seja capaz de travar, de vez, a dinâmica da crise da dívida que, no espaço de um ano, levou Grécia, Irlanda e Portugal a pedir ajuda externa.
chocar os mercados de forma positiva, com um poder de fogo esmagador, reduzindo assim a possibilidade de alguma vez esses fundos virem a ser usados". Mas a Alemanha - que, como maior economia do euro, tem de garantir a fatia-leão dos empréstimos - não está disposta a ir tão longe.
Ontem, o ministro alemão Wolfgang Schäuble apontou para uma capacidade total em torno de 800 mil milhões de euros.
Contas de "sumir"
Segundo o documento de compromisso, que será hoje debatido pelos ministros, o actual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) - que tem 200 mil milhões de euros comprometidos a Portugal, Irlanda a Grécia, e 240 mil milhões disponíveis - permanecerá até 2013 em funcionamento em paralelo com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que o substituirá progressivamente a partir de Julho deste ano, e que terá uma dotação de 500 mil milhões de euros.
Até há bem pouco, a posição oficial da Alemanha era a de que os dois fundos, mesmo que funcionando em paralelo, nunca poderiam mobilizar mais do que 500 mil milhões de euros. A este "poder de fogo" de 700 mil milhões de euros (sendo que 200 mil milhões já estão "cativos") poder-se-ão juntar mais recursos até ao topo da folga ainda existente no FEEF, mas apenas em "circunstâncias excepcionais" e apenas depois do voto "unânime" dos líderes dos países do euro.
BRIC querem mais voz, antes de dar mais dinheiro
O reforço dos fundos europeus tem sido também a moeda de troca exigida pelos parceiros do G20 - China mas também pelo Reino Unido - para aumentarem as suas contribuições para as reservas do FMI que podem ser usadas na prestação de assistência financeira aos países do euro. No mês passado, uma decisão a esse respeito voltou a ser adiada: "Só depois de vermos a cor do dinheiro da Zona Euro, e ainda não vimos", avisou George Osborne, ministro britânico das Finanças.
Mas talvez seja preciso mais do que a Europa “fazer o seu trabalho de casa”. Reunidos ontem em Nova Deli, os líderes dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) exigiram para si mais poder de decisão nas instâncias internacionais, a começar pelo próprio FMI, de modo a reflectir o seu crescente peso económico e político no contexto mundial. É preciso, repetiram, uma “arquitectura financeira mais representativa”.