Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fogos de Outubro revelaram dificuldades dos municípios no socorro

Os grandes fogos de Outubro revelaram as dificuldades que os municípios têm para liderar procedimentos relacionados com a emergência e o socorro, designadamente em resultado dos incêndios rurais, revela o relatório da comissão técnica independente hoje entregue no parlamento.

Ricardo Almeida
20 de Março de 2018 às 20:02
  • ...

De acordo com o documento da comissão criada para analisar os fogos, o inquérito lançado junto de 125 câmaras municipais contactadas, com 92 respostas válidas, permitiu evidenciar que a activação do Plano Municipal de Emergência "não acrescentou qualquer mobilização extraordinária de meios".

 

"Um número significativo (cerca de 60%) referiu que activou o Plano Municipal de Emergência, embora dois terços destas tenham declarado também que essa activação não acrescentou qualquer mobilização extraordinária de meios", refere o documento.

 

De acordo com a comissão, o âmbito municipal é "impeditivo para a criação de soluções sólidas, bem apetrechadas, profissionalizadas e capacitadas para as primeiras intervenções", aconselhando por isso, a criação se soluções intermunicipais.

 

Estas, escrevem os especialistas, podem revelar-se "mais adequadas", pelo que deveriam ser concebidas em torno de conjuntos de autarquias ou através das próprias Comunidades Intermunicipais (CIM), "beneficiando das evidentes afinidades territoriais".

 

Segundo o documento, as dificuldades das autarquias resultam da necessidade de integrar "recursos humanos qualificados e especializados, relações com instituições produtoras de conhecimento (IPMA, etc.) e com as entidades vocacionadas para o estabelecimento das estratégias e para a utilização dos meios operacionais (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais - AGIF, Autoridade Nacional Protecção Civil)".

 

As soluções intermunicipais, indica, permitiriam ainda "estabilizar corpos qualificados vocacionados para a intervenção, associados às ações de prevenção estrutural e inseridos em ambientes profissionais".

 

A comissão técnica concluiu que falhou a capacidade de "previsão e de programação" para "minimizar a extensão do incêndio" na região Centro, onde se registaram 48 mortos.

 

O documento foi entregue, pouco depois das 17:30, pelo presidente da comissão, João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve, numa audiência com o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, em Lisboa.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio