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PSD destaca "falta de meios", descoordenação e ausência de alerta às populações nos incêndios de Outubro
O PSD salientou hoje, do relatório da Comissão Técnica Independente aos incêndios de Outubro de 2017, a "falta de meios", a descoordenação e a "ausência total de alerta às populações", manifestando-se disponível para contribuir para soluções.
"Denota-se uma falta de coordenação, denota-se uma ausência total de alerta das populações. Isto é que nos parece muito preocupante. O Estado falhou, não teve capacidade de avisar as pessoas, não fez alerta público e isto permitiu que muitas das nossas populações fossem apanhadas de surpresa. As vigilâncias aéreas não foram feitas porque não havia meios para esse fim", defendeu o vice-presidente da bancada social-democrata Carlos Peixoto.
De uma primeira leitura das conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) aos incêndios da região Centro, Carlos Peixoto sublinhou a "evidência clara" que aponta para "a falta de meios humanos e meios aéreos, sublinhando-se que de, Setembro para Outubro, o Governo diminui 3.400 bombeiros no país e cerca de 30 meios aéreos".
Carlos Peixoto argumentou ainda que aqueles factos concorreram com um "fenómeno extremo", a passagem do furacão Ofélia, que, argumentou, "não foi, claramente, a única causa principal destes incêndios".
"O PSD estará absolutamente disponível para, com todos os outros partidos, encontrar fórmulas e soluções para, no futuro, as nossas populações estejam devidamente salvaguardadas e seguras e que o Estado consiga responder eficazmente a todos estes desafios e àquilo que é a segurança pública, colectiva e individual, de cada um de nós", expressou ainda o deputado social-democrata, que agradeceu o trabalho da CTI.
A Comissão Técnica Independente sobre os incêndios concluiu que falhou a capacidade de "previsão e de programação" para "minimizar a extensão do incêndio" na região centro, que fez 48 mortos.
Esta é uma das conclusões da comissão criada pelo parlamento, que entregou hoje o seu relatório na Assembleia da República, em Lisboa.
"Era possível encontrar soluções prévias de programação e de previsão que pudessem ter amenizado o que foi a expansão do incêndio", afirmou João Guerreiro, o presidente da comissão, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
Para João Guerreiro, apesar de se estar em Outubro, fim da época de incêndios, havia possibilidades de minimizar os efeitos dos incêndios, a 14, 15 e 16 de Outubro de 2017.
O documento foi entregue, pouco depois das 17:30, pelo presidente da comissão e ex-reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, numa audiência com o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, em Lisboa.