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FMI assume que pode ser preciso salvar mais bancos
Há um ano, ainda a crise não tinha estalado, o Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI identificava riscos nos investimentos em créditos à habitação de alto risco nos EUA. Mas na altura considerava que os efeitos do "subprime" seriam limitados.
Há um ano, ainda a crise não tinha estalado, o Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI identificava riscos nos investimentos em créditos à habitação de alto risco nos EUA. Mas na altura considerava que os efeitos do "subprime" seriam limitados.
Ontem, o mesmo documento avançou com as estimativas mais pessimistas para as perdas decorrentes da crise no mercado de crédito: 945 mil milhões de dólares, o equivalente a 602 mil milhões de euros, quase quatro vezes o que é anualmente produzido em Portugal.
Na avaliação dos riscos e nos alertas que deixa às autoridades, o FMI dá a entender que mais bancos podem enfrentar problemas de solidez como o Northern Rock e o Bear Stearns.
"A presente crise é mais que um simples problema de liquidez, reflectindo fragilidades estruturais nos balanços e bases de capital fracas, o que significa que os seus efeitos deverão ser mais alargados, profundos e prolongados", afirma o Relatório de Estabilidade Financeira Global, ontem divulgado pelo FMI.
Uma afirmação fundamentada, entre outros factores, em novas contas para as perdas das instituições financeiras, que o relatório quantifica em 565 mil milhões de dólares (360 mil milhões de euros). Isto se o problema continuar sobretudo confinado ao segmento residencial nos Estados Unidos. Mas o FMI diz que os activos relacionados com o crédito para a aquisição de espaços comerciais, para o consumo e às empresas estão também já a ser atingidos por incumprimentos no pagamento das dívidas e queda dos preços. O que elevará a factura de perdas para perto de um bilião de dólares. Um número que ultrapassa as recentes previsões da UBS, que apontavam para amortizações de 600 mil milhões.