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Fluxos de IDE no Brasil caem 50% no semestre

Os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) relativo à aquisição de participações accionistas em empresas brasileiras caíram 50% no primeiro semestre deste ano face ao mesmo período de 2002. O sector energético foi o mais afectado.

26 de Agosto de 2003 às 12:28
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Os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) relativo à aquisição de participações accionistas em empresas brasileiras caíram 50% no primeiro semestre deste ano face ao mesmo período de 2002, divulgou a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Económica (Sobeet). O sector energético foi o mais afectado.

Entre Janeiro e Junho de 2003 foram investidos desta forma valores brutos na ordem de 4,9 mil milhões de dólares (4,53 mil milhões de euros) no Brasil, o que contrasta com os 9,8 mil milhões de dólares (9,07 mil milhões de euros) captados em igual período de 2002.

De acordo com o último boletim da entidade brasileira, os fluxos de capital para o Brasil, no primeiro semestre deste ano, caíram em 46,5% no sector secundário (indústria) e em 54,9% nos serviços (terciário).

O primeiro semestre do ano, que foram igualmente os primeiros seis meses de governação do presidente da república brasileira Lula da Silva, terminou com uma quebra de 68,7% do investimento no segmento de energia eléctrica, o sector mais afectado pela retracção de IDE sentida.

A Electricidade de Portugal (EDP) decidiu suspender em 2002 os seus investimentos no Brasil, estando actualmente a desenvolver um plano de reestruturação dos seus activos naquele mercado.

Notícias recentes dão conta que a EDP está em negociações para vender a hidroeléctrica de Peixe Angical, no Estado de Tocatins à estatal Furnas Centrais Eléctricas e a unidade de Fafen à Petrobrás, que já detém 20% do capital desta central hidroeléctrica.

O sector de telecomunicações brasileiro, onde Portugal também detém interesses económicos através da acção da Portugal Telecom, registou uma descida de 63%.

Igual tendência foi registada na intermediação financeira e comércio, consubstanciada em recuos de 49,6% e de 36,9%, respectivamente.

Os responsáveis da Sobeet defendem que a redução de 50% dos fluxos de IDE relativos à aquisição de controlo accionista de empresas «pode ser creditada ao baixo dinamismo da economia mundial a partir de 2001».

A Sobeet acrescenta ainda que a quebra é explicada pelo facto «de que as decisões de investimento em terminados sectores estão sendo postergadas em função da indefinição dos marcos regulatórios desses sectores».

Dos vários sectores em que existe indefinição de regulamentação esta entidade que reúne interesses privados e públicos do Brasil destaca a «geração, transmissão e distribuição de energia eléctrica, saneamento básico e transportes».

Investimento em energia cai para metade em dois anos

Ao fazer a análise da última década, a Sobeet constata ainda que de uma média anual de investimento estrangeiro no sector energético brasileiro de 2,92 mil milhões de dólares (2,70 mil milhões de euros), perfazendo 13,3% do total do IDE no Brasil, passou a ser registar-se uma média anual de 1,48 mil milhões de dólares (1,37 mil milhões de euros), uma fatia de 7,5% do IDE global.

A Sobeet constata ainda que as «repatriações de IDE», que representam «a alienação de participação accionista por empresas estrangeiras actuantes» no segmento de energia eléctrica, alcançaram 140 milhões de dólares (129,53 mil milhões de euros) no primeiro semestre de 2003.

Entre Janeiro e Junho de 2002 o valor referente ao mesmo indicador foi de 37 milhões de dólares (34,03 mil milhões de euros).

Por Isabel Aveiro

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