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FEG: Apenas 4,2% dos trabalhadores despedidos do têxtil foram reintegrados

O segundo programa de reinserção laboral financiado em Portugal pelo Fundo Europeu de ajustamento à Globalização (FEG) teve impacto muito reduzido.

22 de Agosto de 2011 às 15:19
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A Comissão Europeia revelou hoje os resultados concretos de quatro intervenções financiadas Fundo Europeu de ajustamento à Globalização (FEG), entre as quais uma em Portugal, implementada ao longo do ano passado para apoiar a reinserção de trabalhadores que perderam o emprego em empresas têxteis do centro e do norte do país.

Os dados relevam que dos mil trabalhadores inicialmente visados por um programa que mobilizou quase 493 mil euros (246 mil suportados pelo FEG e os restantes por fundos nacionais ou europeus atribuídos no âmbito do QREN), 720 acabaram por beneficiar de apoios com vista a encontrarem um novo emprego, mas só 30 acabaram efectivamente por ser reinseridos no mercado de trabalho. Feitas as contas, a taxa de reinserção ficou-se pelos 4,2%.

Trata-se da mais baixa das quatro intervenções analisadas cuja média ficou em 20%: 5,1% num programa em Espanha também vocacionado para desempregados do sector têxtil; 34,5%, numa outra intervenção em Espanha mas dirigida a trabalhadores despedidos do sector automóvel; e 29,5% num programa destinado a encontrar um novo futuro para desempregados de uma fábrica da Nokia na Alemanha.


No seu relatório, a Comissão Europeia chama a atenção para o facto de estas taxas reduzidas de reinserção terem de ser enquadradas no contexto global de crise e de desemprego, que no caso de Portugal e de Espanha atingiu proporções recorde, e para a possibilidade de o número de trabalhadores reintegrados ter, entretanto, variado.

Bruxelas, que tem de apresentar neste ano um balanço sobre o impacto global do FEG para secundar a manutenção do programa, considera que este tem sido “um instrumento útil” num momento actual de austeridade, que tornou ainda mais escassos os recursos nacionais. E considera que “a assistência co-financiada pelo FEG representa um investimento aperfeiçoado em qualificação, que pode ter um impacto positivo no médio e no longo prazo, à medida que o mercado gradualmente recuperar”.

Os últimos dados, hoje divulgados, revelam que, ao longo do ano passado, o FEG disponibilizou 83,5 milhões de euros em nove Estados-membros para apoiar 23.700 trabalhadores despedidos em resultado da crise económica e de importantes alterações na estrutura do comércio mundial, o que corresponde a mais do dobro das intervenções do Fundo em 2009.

Desde que entrou em funcionamento, em 2007, foram entregues 78 pedidos de intervenção, num total de 355 milhões de euros, de que beneficiaram cerca de 76 mil trabalhadores. Portugal apresentou cinco pedidos de intervenção: dois para desempregados do sector automóvel, desempregados do têxtil no norte e centro do país e antigos trabalhadores da Qimonda e da Rohde.


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