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Famílias mais ricas detinham quase 70% da riqueza em Portugal em 2017

A distribuição de riqueza é desigual em Portugal. Embora as diferenças tenham diminuído ligeiramente entre 2013 e 2017, a desigualdade neste último ano era superior à verificada antes de 2010, quando rebentou a crise financeira.

13 de Novembro de 2019 às 12:52
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O quinto da população portuguesa no qual se reúnem as famílias mais ricas detém 70% da riqueza existente no país, dizem os dados do Banco de Portugal, relativos a 2017.

 

A riqueza em Portugal mostra uma distribuição desigual. No extremo oposto, ocupado por 20% de famílias com menor riqueza, fica apenas 0,1% da riqueza total existente em Portugal. No meio do espetro e por ordem crescente de riqueza, os restantes três quintos da população, captam 4,1%, 9,3% e 17,1% da riqueza.

 

Paralelamente, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou um estudo sobre a situação financeira das famílias no qual acrescenta que, também em 2017, "as famílias pertencentes ao conjunto das 10% com maior riqueza líquida detinha 53,9% da riqueza líquida total das famílias e o conjunto das 50% com menor riqueza líquida detinha 8,1%".

 

Afunilando para valores mais concretos, "em 2017, a riqueza líquida mediana das famílias pertencentes ao conjunto das 20% com riqueza líquida mais reduzida era 900 euros, o que contrasta fortemente com 516,1 mil euros no conjunto das 10% com maior riqueza", lê-se no boletim do INE.

 

Ainda de acordo com o instituto, entre 2013 e 2017 a riqueza líquida das famílias portuguesas aumentou 13,2% em termos reais e a desigualdade diminuiu ligeiramente, de 68,4% para 67,9%. Contudo, comparando a 2010, o nível de riqueza líquida baixou (de 172,8 nesse ano para 162,3 em 2017) e a desigualdade aumentou (de 66 para 68,4, no mesmo intervalo de anos).

 

Há grandes diferenças nos rendimentos

 

Olhando ao nível de rendimento, naturalmente, as famílias mais ricas auferem da maior quantia. Contudo, o Banco de Portugal destaca ainda que "a riqueza de uma família pertencente ao grupo das 20% com maior rendimento é mais do dobro da riqueza de uma família no grupo intermédio". Os rendimentos incluem não só a remuneração do trabalho como também a remuneração dos ativos, as prestações sociais e transferências.

 

Um último dado a completar a análise do Banco de Portugal é a distribuição da riqueza consoante a idade. Tomando um indivíduo como referência, até aos 35 anos as famílias possuem uma riqueza abaixo de 20.000 euros, distanciando-se significativamente do grupo seguinte, entre os 35 e os 44 anos, quando a riqueza ronda os 60.000 euros. O pico regista-se entre os 55 e os 64 anos, quando a fasquia passa os 90.000 euros e, a partir de então, volta a descer até perto dos 80.000.  

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