Notícia
EY: Segunda vaga de covid-19 pode levar taxa de desemprego para os 17,6%
A consultora EY estima que, caso haja uma segunda vaga da pandemia de covid-19 em Portugal, a taxa de desemprego no país possa atingir os 17,6% no final do ano, segundo um estudo hoje divulgado.
07 de Agosto de 2020 às 08:39
De acordo com a quarta edição do "Caderno de Notas" da EY, dedicado à "Crise Económica da covid-19", e que conta com a supervisão e direção científica do antigo ministro da Economia Augusto Mateus, no caso de uma segunda vaga o desemprego poderá atingir os 17,6% no final do ano, depois da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento estimar 14,6% no primeiro trimestre, "antecipando-se que termine o ano em 11,1%".
"Contudo, o surgimento de uma segunda vaga da covid-19 no penúltimo trimestre de 2020 poderá empurrar a taxa de desemprego no país para 17,6%", alerta a EY, referindo que "o impacto será especialmente forte nas economias mais baseadas no emprego temporário e por conta própria".
Neste campo, "Portugal sobressai na UE [União Europeia], com um peso do emprego temporário de 17,9%, sendo superado apenas por Espanha (22,3%)", juntando à equação a EY o emprego por conta própria, que "também tem um peso forte na economia nacional (13,6%)".
"Os setores com maior grau de socialização são os mais afetados pela crise e, como tal, os que contam com mais empregos em risco de redução de salário ou despedimento", assinala a EY, destacando que "o comércio (42,3%) e o alojamento e restauração (62,3%) apresentam uma maior proporção de trabalhadores menos qualificados e mais vulneráveis".
O documento da EY conclui também que as "três características centrais" da crise económica associada à pandemia de covid-19 denotam que a produção de serviços foi "mais afetada que a produção de bens", que os "constrangimentos à mobilidade de pessoas, restrições no contacto social e nas formas de interação física humana penalizam processos de trabalho e de consumo", e que o "'lay-off' representou um mecanismo importante para a defesa do rendimento dos trabalhadores e da liquidez das empresas".
No entanto, ainda relativamente ao 'lay-off', a EY alerta que "o arrastamento da atual situação de convivência entre crise económica e pandemia na saúde pública impactará na subida da taxa de desemprego".
Relativamente ao efeito nas componentes do Produto Interno Bruto (PIB), o estudo da consultora aponta que o "consumo privado deve convergir mais rápido para os níveis pré-covid comparativamente às exportações, importações e investimento".
Segundo a EY, Portugal está "mais resiliente" na captação de Investimento Direto Estrangeiro.
"Os resultados do EY Attractiveness Survey 2020 [inquérito de atratividade] evidenciam uma maior resiliência nacional na manutenção dos projetos de IDE anunciados em 2019 face à Europa (20% estarão em risco, contra 35% na Europa)".
Segundo a EY, "o foco no domínio do digital e nos serviços empresariais explica a menor exposição à pandemia".
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.
O Governo prevê que a economia cresça 4,3% em 2021, enquanto Bruxelas antecipa um crescimento mais otimista, de 6%, acima do que previa na primavera (5,8%)
A taxa de desemprego deverá subir para 9,6% este ano, e recuar para 8,7% em 2021, segundo estimativas do Governo.
"Contudo, o surgimento de uma segunda vaga da covid-19 no penúltimo trimestre de 2020 poderá empurrar a taxa de desemprego no país para 17,6%", alerta a EY, referindo que "o impacto será especialmente forte nas economias mais baseadas no emprego temporário e por conta própria".
"Os setores com maior grau de socialização são os mais afetados pela crise e, como tal, os que contam com mais empregos em risco de redução de salário ou despedimento", assinala a EY, destacando que "o comércio (42,3%) e o alojamento e restauração (62,3%) apresentam uma maior proporção de trabalhadores menos qualificados e mais vulneráveis".
O documento da EY conclui também que as "três características centrais" da crise económica associada à pandemia de covid-19 denotam que a produção de serviços foi "mais afetada que a produção de bens", que os "constrangimentos à mobilidade de pessoas, restrições no contacto social e nas formas de interação física humana penalizam processos de trabalho e de consumo", e que o "'lay-off' representou um mecanismo importante para a defesa do rendimento dos trabalhadores e da liquidez das empresas".
No entanto, ainda relativamente ao 'lay-off', a EY alerta que "o arrastamento da atual situação de convivência entre crise económica e pandemia na saúde pública impactará na subida da taxa de desemprego".
Relativamente ao efeito nas componentes do Produto Interno Bruto (PIB), o estudo da consultora aponta que o "consumo privado deve convergir mais rápido para os níveis pré-covid comparativamente às exportações, importações e investimento".
Segundo a EY, Portugal está "mais resiliente" na captação de Investimento Direto Estrangeiro.
"Os resultados do EY Attractiveness Survey 2020 [inquérito de atratividade] evidenciam uma maior resiliência nacional na manutenção dos projetos de IDE anunciados em 2019 face à Europa (20% estarão em risco, contra 35% na Europa)".
Segundo a EY, "o foco no domínio do digital e nos serviços empresariais explica a menor exposição à pandemia".
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.
O Governo prevê que a economia cresça 4,3% em 2021, enquanto Bruxelas antecipa um crescimento mais otimista, de 6%, acima do que previa na primavera (5,8%)
A taxa de desemprego deverá subir para 9,6% este ano, e recuar para 8,7% em 2021, segundo estimativas do Governo.