O euro perdeu hoje face ao dólar, após a subida do preço do petróleo, que indicia uma pressão no sentido de uma subida da inflação na Zona Euro, com os mercados à espera que o Banco Central Europeu (BCE) intervenha por forma a controlar a subida dos preços.

A divisa europeia valia, às 16h35, 0,9139 dólares, a cair 0,35%, tendo atingindo um máximo de 0,9178 dólares e um mínimo de 0,9064 dólares.

A subida do preço do petróleo em 1,4% para os 31,44 dólares (34,70 euros ou 6.956 escudos) indicia uma subida do nível geral dos preços.

A inflação na Zona Euro cresceu 0,5% em Junho face ao mês anterior, registando a maior subida desde Fevereiro de 1996. A inflação subiu 2,6%, face ao mesmo mês do ano anterior, acima da meta de 2% estabelecida pelo BCE.

Segundo um economista contactado pelo Canal de Negócios, «a subida do preço do petróleo, influenciada pela diminuição das reservas de crude nos EUA, não permite que a inflação desça».

Os mercados estão à espera que, na próxima reunião, «o BCE intervenha com uma subida de 25 pontos base na taxa de refinanciamento», por forma a controlar a subida continua e generalizada dos preços. Se «o BCE proceder a um aumento dos juros o euro poderá beneficiar em relação ao dólar», refere o mesmo economista.

O aumento das taxas de juro por parte do BCE beneficia o euro uma vez que com juros mais elevados o retorno de capital em investimento na divisa europeia será superior. A taxa de refinanciamento situa-se, actualmente, nos 4.25%.

Foi hoje divulgado o Índice de Preços no Consumidor (IPC) nos Estados unidos, que subiu 0,2% em Julho. Apesar da inflação se ter situado acima do esperado, os analistas não prevêem uma subida na taxa de referência pela Reserva Federal (FED) norte-americana.

O IPC, excluindo bens alimentares e energéticos subiu 0,2% em Julho, um valor em linha com as estimativas do mercado. O IPC em Junho cresceu 0,6%.

Cada euro vale 200,482 escudos.