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"Está corrigido o erro, é seguir em frente", reage Costa

O primeiro-ministro diz que "está corrigido o erro" de Pedro Nuno Santos sobre o aeroporto e que "confiança está totalmente restabelecida". Ministro mantém-se no cargo.

António Costa assumiu a “enorme responsabilidade pessoal” de procurar consensos em concertação.
Miguel Baltazar
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"Houve um erro grave, o ministro já o assumiu, teve oportunidade de falar comigo. Está corrigido o erro. É seguir em frente". Foi assim que António Costa reagiu esta quinta-feira à polémica envolvendo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos. O despacho sobre o aeroporto já foi revogado, assegurou.

O primeiro-ministro diz que o ministro errou ao não respeitar o compromisso que tinha sido feito de diálogo com o PSD sobre o futuro do aeroporto - diálogo esse que teria de acontecer antes que qualquer decisão fosse anunciada -, mas assegura que "esse erro está ultrapassado, está corrigido" e agora "é preciso acalmar tudo".

"Eu conheço há muitos anos o senhor ministro das Infraestruturas, há quase sete anos que trabalhamos juntos no Governo. Tivemos uma conversa muito franca. Tenho a certeza que não agiu de má fé, compreendeu bem o erro que cometeu, teve a humildade de o assumir publicamente, teve a humildade de corrigir o erro que tinha cometido. Acho que a confiança está totalmente restabelecida e espero que não aconteçam mais erros", sublinhou António Costa.

O primeiro-ministro insistiu que quer aguardar que o PSD "defina qual é a posição que tem" sobre o aeroporto para que, em conjunto, seja encontrada uma solução, já que esta estrutura poderá ter de ser assegurada por outros partidos.

"Não há nenhuma destas soluções técnicas que seja exequível no prazo de uma legislatura, qualquer decisão destas tem consequências para décadas, se não para um século, e portanto ultrapassa em muito uma maioria que conjunturalmente existe. E é preciso que tenha uma base suficientemente sólida e estabilizada, para que independentemente das vicissitudes que os governos vão tendo e das escolhas que os portugueses vão fazendo, estas obras possam ter continuidade", justificou, lembrando que Luís Montenegro entra em funções como líder do PSD este fim de semana.

Os comentários de António Costa surgem pouco depois de o ministro ter assegurado que vai continuar no Governo e que tudo não passou de um problema de comunicação.

A polémica instalou-se esta quinta-feira, após o gabinete do chefe do Governo emitir um comunicado a desautorizar o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que, na quarta-feira, anunciou a construção de um aeroporto em Alcochete, como solução definitiva para os problemas aeroportuários em Lisboa.

A decisão foi publicada num despacho em Diário da República, assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, do gabinete de Pedro Nuno Santos, na quarta-feira, mas, menos de 24 horas depois, foi anulada por António Costa.

"O primeiro-ministro determinou ao ministro das Infraestruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem [quarta-feira] publicado sobre o Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa", refere a nota enviada as redações, acrescentando que "a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao senhor Presidente da República". 

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