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Espanha regista a maior inflação em três décadas

A taxa de inflação em Espanha fixou-se em 5,5% em outubro, o nível mais elevado desde 1992. Preços da eletricidade e dos combustíveis justificam o aumento acelerado.

Madrid
28 de Outubro de 2021 às 09:39
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A taxa inflação em Espanha ultrapassou os 5% em outubro, aumentando para os níveis mais altos em quase 30 anos. Os dados foram publicados esta quinta-feira, 28 de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol.

"A inflação anual estimada do IPC [índice de preços no consumidor] em outubro de 2021 é de 5,5%", refere o instituto espanhol. "Caso seja confirmado, esta taxa representa um aumento de 1,5 pontos percentuais em relação à variação de 4% registada em setembro. O valor avançado para outubro, de 5,5%, corresponde ao nível mais elevado do IPC desde setembro de 1992", detalha ainda.

A contribuir para este aumento estiveram, sobretudo, as subidas dos preços da eletricidade e, com menor relevância, os combustíveis e lubrificantes para veículos pessoas, bem como o gás.

Excluindo os alimentos não processados e os produtos energéticos, o cenário é bem diferente: nesse caso, a taxa de inflação é de 1,4%, ou seja, fica mais de quatro pontos percentuais abaixo do IPC geral. "Esta é a diferença mais alta entre ambas as taxas desde o começo da série, em agosto de 1986", indica o instituto de estatística.

O crescimento acentuado da inflação tem feito soar os alarmes na Europa, ainda que, para já, o Banco Central Europeu (BCE) insista em não tomar medidas, já que considera que este é um fenómeno transitório. Entre os bancos centrais nacionais, contudo, já há tomadas de posição.

Ainda esta semana, o governador do Banco de Espanha, Pablo Hernandez de Cos, avisou que, se o aumento acelerad da inflação se prolongar por muito tempo, a recuperação económica poderá ficar comprometida. Ao mesmo tempo, anunciou que o banco central planeia cortar substancialmente as previsões de crescimento económico para 2021 e, de forma menos drástica, para 2022.
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