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Encomendas à indústria alemã caem o dobro do esperado

Os sinais negativos em relação à evolução da economia alemã acumulam-se, apesar de o responsável das Finanças do país se manter otimista de que Berlim consegue controlar a situação.

Michele Tantussi
07 de Outubro de 2019 às 11:38
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As encomendas à indústria da Alemanha caíram 0,6% em agosto, o dobro daquilo que era estimado pelos analistas.

 

Apesar de ser um indicador volátil, este registo marca a 15.ª vez que a procura regista uma redução em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Estes dados chegam no mesmo dia em que foi divulgado que a confiança dos investidores na Zona Euro caiu para o nível mais baixo desde abril de 2013, segundo os dados da Sentix.

 

Um dos fatores de desmotivação tem sido o efeito reduzido das medidas aplicadas pelo Banco Central Europeu, já no mês de setembro, como estímulo à economia.

 

Também recentemente – na última quarta-feira, 2 de outubro -, os cinco maiores institutos de research germânicos anteciparam que o abrandamento da economia alemã vai perdurar durante o próximo ano, depois de a atividade industrial ter derrapado para mínimos.

 

A maior parte dos economistas e das instituições que fazem projeções prevê que a Alemanha vá entrar em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração do PIB) no terceiro trimestre deste ano, depois de a economia ter contraído no segundo trimestre em cadeia (de um trimestre para o seguinte).

 

No dia anterior, o índice IHS Markit para a atividade industrial na Alemanha apontou para uma queda para os 41,7 pontos, o valor mais baixo desde 2009. Este foi também o cenário no resto da Europa, com o índice global a mostrar uma contração para mínimos de outubro de 2012, para 45,7 pontos no mês passado. 

 

Também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) deteta sinais de enfraquecimento nos próximos seis a nove meses na atividade da zona euro, particularmente na Alemanha e nos Estados Unidos.

 

Ainda no mês de agosto, a atividade comercial externa da Alemanha também deu sinais negativos: as exportações caíram 1,3% entre abril e junho deste ano, a maior queda em seis anos, precipitada pela guerra comercial hostil entre a China e os EUA.

"Estamos bem preparados porque temos recursos financeiros. Se houver uma crise financeira conseguiremos tomar medidas [para contrariar a crise] mas neste momento apenas estamos a ver uma desaceleração do crescimento", afirmou Olaf Scholz à estação pública de televisão, ARD, citado pela Reuters.

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