Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Empresários preferem corte no défice à baixa dos impostos em 2018

Mesmo com os níveis de confiança a escalarem para um novo máximo, os inquiridos no barómetro Kaizen duvidam da robustez dos resultados económicos e priorizam a adopção de medidas estruturais por parte do Governo.

A captação de investimento estrangeiro para as indústrias portuguesas deve estar na mira do Governo para 2018. Paulo Duarte/Negócios
06 de Março de 2018 às 14:17
  • ...

A prioridade do Governo para este ano deve passar pela implementação de medidas estruturais para reduzir o défice (37%), baixando para 21% a percentagem de administradores e presidentes executivos de médias e grandes empresas a operar em Portugal que indicam a redução da carga fiscal como a área prioritária em 2018.

 

"As grandes medidas estruturais de ajustamento de défice ainda não foram tomadas. Se forem adoptadas podem deixar o crescimento económico mais robusto para evitar que futuros cenários de crise globais deixem tanta mossa como o último, que nos obrigou a ser intervencionados por externos", interpreta António Costa, "senior partner" do Kaizen Institute Western Europe, que a partir de Portugal gere também as operações na Espanha, Reino Unido e França.

 

Na 14ª edição do barómetro económico do Kaizen Institute Portugal, que contou com as respostas de 153 gestores, a atracção de investimento directo estrangeiro (IDE) surge como aquela que deveria ser a primazia seguinte (19%) por parte do Executivo socialista. Em particular, visando a captação de capitais que possam "robustecer o tecido industrial" português e acomodar futuros abanões de proveniência externa.

 

Dos inquéritos respondidos entre 19 e 23 de Fevereiro por estes responsáveis de empresas públicas e privadas – representando mais de 30% do PIB nacional e actuando em sectores como a indústria, os serviços, saúde, logística ou retalho –, resulta um aumento da confiança e do optimismo para 13,2 valores, acima dos 12,7 registados seis meses antes e o maior valor desde que este barómetro começou a ser realizado em 2013.

 

Os méritos também têm de ser atribuídos [ao Governo]. Independentemente da conjuntura internacional, podíamos estar todos aqui a fazer asneiras. António Costa, "senior partner" do Kaizen Institute Western Europe

Ainda assim, a esmagadora maioria (71%) dos participantes considera que o crescimento económico de 2,7% registado em 2017 e também as estimativas de nova subida do PIB em 2018 (incluindo a de 2,2% inscrita no Orçamento do Estado) se devem a uma melhoria da conjuntura económica internacional, com 39% a assinalar igualmente que essa evolução é "temporária" e "assenta em fragilidades", duvidando assim da sua sustentabilidade.

 

E os empresários não atribuem nenhum mérito ao Governo português por estes resultados? "Os méritos também têm de ser atribuídos. Independentemente da conjuntura internacional, podíamos estar todos aqui a fazer asneiras", respondeu o responsável do Kaizen Institute, uma multinacional japonesa de consultoria e formação que tem as origens no sistema de gestão do grupo Toyota e que está em Portugal desde 1999, actualmente com escritórios no Porto e Lisboa.

 

Mais rentabilidade do que digitalização

 

Já nas suas próprias empresas, segundo a mesma fonte, o aumento da rentabilidade (33%), a modernização e a optimização dos produtos e/ou serviços (21%) e o crescimento do volume de negócios e o aumento da competitividade (ambos com 20%) são apontados como os maiores desafios para 2018.

 

Neste barómetro em que mais metade (57%) dos gestores prevê que o nível de exportações seja superior ao obtido em 2017, a maior parte (62%) admite também que a estratégia da sua empresa no campo da transformação digital fica-se pelo "investimento moderado". E como será a adaptação dos trabalhadores à essa "revolução" de âmbito tecnológico? Para 38% ainda nada está definido neste particular, embora uma percentagem quase idêntica assegure que vai investir neste tópico nos próximos cinco anos.

Ver comentários
Saber mais défice impostos governo crescimento exportações empresários inquérito kaizen institute antónio costa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio