O empresário angolano de origem portuguesa, Rui Costa Reis, apresentou uma proposta ao Governo para a aquisição das 85 obras de Miró por um valor de cerca de 44 milhões de euros, com a condição de manter as obras em Portugal, expostas por um período de 50 anos na cidade do Porto.

Segundo o "Diário Económico" desta quinta-feira, 3 de Abril, esta é uma das soluções que o Governo tem em cima da mesa para resolver a questão das obras do artista catalão que pertenciam ao BPN mas que, com a nacionalização do banco, em 2008, passaram para as mãos do Estado.

O gabinete de Pedro Passos Coelho (que tem sob si a tutela da Cultura) ainda não terá dado nenhuma resposta à proposta, sendo que a indicação oficial que existe é que as obras serão vendidas pela leiloeira Christie’s no próximo mês de Junho. "O Governo fez há muito a sua opção nesta matéria. A leiloeira Christie’s foi escolhida em concurso público para vender as obras em leilão. A intenção da Parvalorem é a de recuperar créditos do BPN", disse fonte oficial do gabinte do primeiro-ministro ao "Diário Económico". 

Já fonte ligada ao empresário angolano avançou que "o interesse nacional passa não só pelo encaixe, mas também pela mais-valia patrimonial e cultural que importa manter em Portugal".

A 4 de Fevereiro passado, as "incertezas legais" levaram a leiloeira Christie’s a cancelar a venda dos 85 quadros de Joan Miró do ex-BPN, que se encontram na esfera do Estado, num processo que levou o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, a ter de prestar várias declarações no Parlamento.