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Embaixador português na UE diz que Portugal tem confiança e credibilidade
O representante permanente de Portugal junto da União Europeia, Nuno Brito, distinguido com o prémio de melhor diplomata económico do ano, destacou que o país conseguiu "muitas coisas" porque lhe são reconhecidas confiança e credibilidade.
O embaixador Nuno Brito recebeu esta quarta-feira o prémio Francisco de Melo e Torres, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), durante o seminário diplomático, iniciativa anual que reúne os embaixadores portugueses e membros do Governo e representantes da administração pública, da comunidade empresarial e da sociedade civil, anunciou a organização.
Segundo a CCIP, a distinção deveu-se ao "grande trabalho realizado no âmbito da saída de Portugal do procedimento por défice excessivo e os esforços diplomáticos para a eleição do ministro das Finanças [Mário Centeno] para a presidência do Eurogrupo".
"Uma das razões importantes deste prémio, este ano, está ligada a um factor que é muito importante que os portugueses conheçam, em geral. Muitas coisas tornam-se possíveis porque o país tem hoje uma confiança e uma credibilidade que são reconhecidas. Isso torna a vida dos diplomatas mais interessante, embora não menos difícil", considerou o embaixador, em declarações à Lusa.
"Eu sinto-me feliz, como diplomata, por representar um país que se encontra praticamente normalizado nas suas relações com o mundo e com a União Europeia", destacou.
O diplomata defendeu que o prémio também reconhece o "esforço que a representação permanente tem feito em vários dossiês", recordando que é "a primeira linha de defesa dos interesses dos portugueses nos dossiês europeus".
Nuno Brito, embaixador português junto da União Europeia desde 2015, adiantou que vai aplicar o valor do prémio - 25 mil euros - no lançamento de um concurso de ideias na representação permanente de Portugal em Bruxelas para encontrar propostas "para ajudar as empresas portuguesas em termos de política europeia".
O embaixador destacou que este prémio tem "um significado especial" porque é uma das poucas distinções entregue pela sociedade civil aos diplomatas. "Boa parte do trabalho que fazemos tem a ver com os cidadãos, mas isso não é perceptível de forma imediata", considerou.
O prémio - com o nome de um prestigiado diplomata português do século XVII -, que vai na quinta edição, distingue o chefe de missão diplomática que se tenha destacado no apoio à internacionalização de empresas portuguesas e na captação do investimento estrangeiro, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa.
Em anos anteriores foi entregue a Francisco Ribeiro Telles (2013, então embaixador em Brasília); Luís de Almeida Sampaio (2014, Berlim); José Augusto Duarte (2015, Maputo), e Jorge Torres Pereira (2016, Pequim).
O júri é presidido pelo embaixador António Monteiro (ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Pedro Santana Lopes, entre 2004 e 2005) e integra o presidente da CCIP, Bruno Bobone; o vice-presidente, Paulo Portas (ministro da Defesa nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes e dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro no executivo de Pedro Passos Coelho), e ainda Miguel Horta e Costa, membro da direcção da Câmara de Comércio e Indústria.