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Elon Musk em nova polémica após apresentar "plano de paz" para a guerra na Ucrânia

Multimilionário partilhou no Twitter aquela que é a sua visão sobre o que deve ser feito para colocar um fim à guerra na Ucrânia. Críticas não tardaram em chegar, com o próprio presidente ucraniano a manifestar-se.

Musk poderá ser obrigado a comprar a rede social por um valor acima do que negoceia agora em bolsa.
Patrick Pleul/Reuters
04 de Outubro de 2022 às 12:27
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O CEO da Tesla, Elon Musk, está novamente no centro das atenções (e da polémica). Desta vez, porque partilhou um "plano de paz" para a guerra na Ucrânia, atitude que não foi bem vista pelos cidadãos ucranianos e que já mereceu resposta do presidente Volodymyr Zelensky. 

Em suma, Musk apelou à Ucrânia que procurasse uma solução negociada com a Rússia para colocar fim à guerra e que cedesse oficialmente a Crimeia, território anexado por Moscovo em 2014, mas que não foi reconhecido como tal pela comunidade internacional. O magnata defendeu ainda que as pessoas que vivem nas cinco zonas agora anexadas pela Rússia - Crimeia, Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia - devem decidir de que país querem fazer parte, tendo mesmo lançado uma votação acerca disso na rede social. 

O "plano de paz" de Musk passa pela realização de eleições nas regiões anexadas, com a supervisão da ONU, sendo que a Rússia terá de deixar os territórios, caso essa seja a vontade dos locais. Além disso, a Crimeia passará a ser formalmente parte de Moscovo, terá fornecimento de água assegurado e a Ucrânia mantém-se neutra. "Este será muito provavelmente o resultado final. É só uma questão de quantas pessoas vão morrer antes", escreveu o multimilionário. 

As críticas às publicações de Musk não tardaram a chegar, com o chefe de Estado ucraniano a ser dos primeiros a manifestar-se. "De que Elon Musk gostam mais: o que apoia a Ucrânia ou o que apoia a Rússia", questionou Zelensky numa votação também lançada na rede social Twitter.

A questão não foi deixada sem resposta, com o líder da Tesla a reiterar o seu apoio à Ucrânia. "Continuo a apoiar fortemente a Ucrânia, mas estou convicto de que a escalada massiva da guerra irá causar um grande dano ao país e possivelmente ao mundo", defendeu. 

Em resposta a críticas de outros internautas, Musk referiu ainda que a Rússia tem neste momento uma parte das tropas mobilizadas, contudo, essa mobilização será total se a Crimeia ficar em risco. "A população da Rússia é três vezes maior do que a da Ucrânia, por isso a vitória ucraniana nesta guerra é improvável. Se se importam com os ucranianos, procurem paz", reforçou.

Do lado russo, o vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, louvou a atitude de Musk. "No próximo 'tweet' vai dizer que a Ucrânia é um estado artificial", ironizou. A sugestão de Musk surge depois de a Rússia ter formalizado a anexação dos quatro territórios ucranianos, que é vista por grande parte da comunidade internacional como ilegal.

Pouco depois do início da guerra, a 24 de fevereiro, Elon Musk anunciou que ativou o equipamento da Starlink na Ucrânia, que fornece acesso à Internet via satélite e que tem sido essencial para o país liderado por Volodymyr Zelenksy. O dono da Tesla chegou mesmo a ser convidado pelo presidente ucraniano para visitar o país após o fim da guerra.
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