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Draghi: Austeridade de Itália ainda "não é suficiente"

O ainda governador do Banco Central de Itália, e futuro líder do BCE, alerta para a necessidade de mais medidas de austeridade para impedir que haja uma "espiral ingovernável" de dívida no país.

12 de Outubro de 2011 às 22:06
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A poucos dias de deixar de ser o governador do Banco Central de Itália, Mario Draghi alertou o país para a necessidade de implementação de mais medidas de austeridade. O pacote de 54 mil milhões de euros, aprovado no mês passado, "não é suficiente".

"É preciso agir rapidamente", comentou o futuro governador do Banco Central Europeu (BCE), cargo que ocupa a partir de 1 de Novembro, num discurso de comemoração do 150º aniversário da reunificação italiana.

"Se demorar, os elevados custos de financiamento registados nos últimos três meses podem contrabalançar" os efeitos da austeridade orçamental já implementada, onde se incluem aumentos de impostos e cortes de despesa, cita a Bloomberg.

Essas medidas aprovadas pelo Parlamento italiano colocaram a Itália num percurso orçamental "mais sustentável". Contudo, esse percurso ainda não é necessário e Mario Draghi sugeriu a implementação de medidas estruturais. Entre elas, destacou a liberalização dos mercados laborais e uma revisão dos sistemas judicial e educacional.

Só mais austeridade poderá combater uma "espiral [de custos de dívida] que pode acabar por se tornar ingovernável", indica Draghi. Berlusconi, que amanhã deverá enfrentar uma moção de confiança no Parlamento italiano depois de o presidente do país ter demonstrado dúvidas quanto à força da sua coligação, tem, na opinião do governador do banco central, de impor novas medidas de austeridade.

Draghi pede "drástica" redução da dívida

A Itália precisa ainda de avançar para conseguir uma maior expansão económica, de forma a deixar de apresentar baixas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Algo que pesa muito sobre esse comportamento é a elevada dívida pública do país. A Itália tem a segunda maior dívida da Zona Euro em proporção do PIB (120%), apenas superada pela Grécia. Por isso, Draghi exige uma "drástica" redução desta dívida.

A Itália, a par da Espanha, começou a ser arrastada para o centro da crise da dívida este Verão, quando os investidores começaram a exigir elevadas rendibilidades para adquirirem títulos italianos, o que acaba por mostrar uma menor confiança no cumprimento da dívida do país.

Aliás, como lembra a Dow Jones, uma das medidas que Draghi tem de decidir quando assumir a sucessão de Jean-Claude Trichet no BCE é a de continuar ou não com a compra de obrigações italianas no mercado secundário - onde compra obrigações directamente aos investidores, de forma a reduzir as rendibilidades exigidas nesse mercado sobre os títulos do país.

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