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Divulgação de votações sobre política monetária divide BCE

O BCE não pretende divulgar as votações sobre as decisões relativas às taxas de juro, disse hoje o ainda vice-presidente da instituição, Christian Noyer. No entanto, Lucas Papademos, que será o seu substituto, manifestou-se a favor da medida.

23 de Abril de 2002 às 18:17
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O Banco Central Europeu (BCE) não pretende divulgar as votações sobre as decisões relativas às taxas de juro, disse hoje o ainda vice-presidente do BCE, Christian Noyer. No entanto, Lucas Papademos, que será o seu substituto, manifestou-se a favor da medida.

A publicação dos sentidos de voto dos membros do Conselho dos Governadores do BCE, nas reuniões sobre política monetária, «não é muito útil», considerou hoje Noyer, perante membros do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Aquele responsável, que irá deixar a vice-presidência do BCE em Junho, sublinhou que a divulgação da repartição dos votos seria contrária à ideia de unidade que a instituição pretende passar para o exterior.

No entanto, Lucas Papademos afirmou que esta possível divulgação não iria «contribuir para a perda de independência» dos 17 responsáveis com assento no Conselho dos Governadores, que toma as decisões sobre os níveis das taxas de juro na Zona Euro.

Papademos já foi nomeado para assumir o cargo de vice-presidente do BCE, após a partida de Noyer, depois de receber o apoio da maioria dos representantes dos 12 países que estão representados na instituição.

Este responsável considerou que discriminar o sentido de voto de cada membro do Conselho dos Governadores «poderia fornecer aos mercados um sinal adicional sobre uma possível mudança na inclinação do BCE em termos de política monetária».

Tanto a Reserva Federal (FED) norte-americana como o Banco de Inglaterra publicam as actas das reuniões sobre política monetária, identificando os respectivos sentidos de voto.

Segundo os analistas, a relutância do BCE em divulgar as votações sobre as taxas de juro poderá estar associada ao facto de, ao contrário dos seus congéneres, representar vários países, pelo que possíveis divisões poderiam ser interpretadas como tendo um cariz político.

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