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Divisa brasileira cai depois da Moody's rever em baixa notação de dívida

O real brasileiro caiu hoje e os títulos de dívida pública transaccionavam perto de mínimos históricos, depois da Moody's ter revisto em baixa a notação de dívida da maior economia da América Latina.

13 de Agosto de 2002 às 13:35
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O real brasileiro caiu hoje e os títulos de dívida pública transaccionavam perto de mínimos históricos, depois da Moody"s ter revisto em baixa a notação de dívida da maior economia da América Latina, o que torna ainda mais difícil o cumprimento das obrigações financeiras daquele país.

A notação de obrigações denominadas em moeda estrangeira foi baixada de B1 para B2, podendo levar os investidores a evitar o refinanciamento de 7,2 mil milhões de reais que o Governo se prepara para colocar no mercado esta semana, o que obrigaria o Executivo a gastar as suas reservas. O «rating» encontra-se actualmente ao mesmo nível das Honduras e Nicarágua.

O real cedia 1,1% para cotar a 3,14 contra o dólar, e perdia 0,88% para valer 3,08 reais contra o euro. A Obrigação do Tesouro brasileiro de referência, com maturidade em 2014, mantinha-se pouco alterado ao cotar nos 52,25% do seu valor facial, o que traduz uma rentabilidade, ou «yield», de 23,71%

A revisão em baixa acrescenta mais pressão sobre o Governo e candidatos da oposição às eleições presidenciais para provar aos investidores internacionais que o Brasil consegue seguir à risca as imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um pacote de ajuda de 30 mil milhões de dólares (30,66 mil milhões de euros).

De acordo com os analistas, os investidores têm receio de que o Brasil não consiga controlar a despesa pública., reduzir as taxas de juro e promover o crescimento económico para evitar a falência técnica do país.

«Qualquer que seja o candidato a vencer as eleições presidenciais de Outono, a nova administração ficará sujeita a um crescendo de pressões fiscais», afirmou a Moody"s em comunicado. «A próxima administração será confrontada com grandes desafios para cumprir os objectivos impostos pelo FMI», acrescenta a mesma fonte.

Os dois candidatos à frente nas sondagens, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido Trabalhista, e Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, rejeitaram uma aceitação formal do acordo com o FMI sem o atacarem abertamente. O único candidato que apoia o acordo, José Serra da coligação que actualmente está no poder, está em terceiro lugar nas sondagens.

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