O director do “Público”, José Manuel Fernandes, receia que o jornal que dirige está sob escuta, uma vez que o acesso ao e-mail enviado por um editor deste jornal só pode ter sido feito pelos serviços secretos.

Em declarações à TSF, José Manuel Fernandes assegurou que o e-mail hoje divulgado pelo “Diário de Notícias” circulou entre "cinco ou seis pessoas e nenhuma delas enviou nenhum mail para o exterior" e que se esta mensagem apareceu em três jornais é porque o "Público está sob escuta ou alguém fez alguma intrusão". Além disso, garante, uma parte do e-mail não corresponde à realidade.

Em causa está uma notícia publicada em meados de Agosto pelo “Público” que dava conta de suspeitas de que a Presidência da República estaria a ser vigiada pelo Governo e que gerou alguma polémica. Hoje, o “Diário de Notícias” recupera o assunto e garante que a notícia foi desencadeada por Fernando Lima, assessor de Cavaco Silva.

Um e-mail publicado esta sexta-feira pelo diário revela ainda que terá sido o próprio chefe de Estado a pedir para que a suspeita fosse tornada pública. Na mensagem enviada pelo editor do “Público”, Luciano Alvarez, ao jornalista Tolentino Nóbrega, em Novembro do ano passado, o editor informa o corresponde na Madeira de que reuniu com o assessor de Cavaco e que este lhe disse que estava ali a pedido do chefe de Estado para falar de um “assunto grave”.