Notícia
Dia Mundial do Teatro com protestos à porta do Parlamento
Hoje comemora-se o Dia Mundial do Teatro. O mote para um protesto em frente ao Parlamento.
27 de Março de 2012 às 16:30
Hoje comemora-se o Dia Mundial do Teatro. Há várias iniciativas a marcar o acontecimento. E é o mote para uma concentração, em frente da Assembleia da República, convocada pelo CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual contra "o anúncio do corte de 100% nos apoios anuais e pontuais".
Para o sindicato, citado pela Lusa, "não há, em Portugal, grande lugar a festejos".
Os profissionais das Artes estão contra a não abertura de concursos para apoios anuais e pontuais por parte da Direcção-Geral das Artes. Francisco José Viegas, secretário de estado da Cultura, já adiantou que irá tentar lançar concursos no segundo semestre deste ano, mas neste momento não há verbas disponíveis para se lançar concursos. E com a Lei dos Compromissos só se pode lançar concursos com verba existente. Por isso, o secretário de Estado até admitiu requerer excepção para a Cultura ao abrigo dessa Lei.
Enquanto o sindicato estiver a realizar a concentração, dentro da Assembleia da República, o presidente da Comissão parlamentar da Educação, Ciência e Cultura, José Ribeiro e Castro, estará a propor na reunião "uma reflexão sobre o teatro como uma das mais importantes artes performativas". É que, para este deputado, citado pela Lusa, "não devíamos deixar passar despercebida uma data tão relevante".
Castro Guedes critica crime "liquidacionista"
Num artigo de opinião assinado hoje no "Público", o encenador Castro Guedes escreve que "o teatro português, tal como o seu povo, exangue, padece de lepra e o seu corpo vai caindo aos bocados: os chamados 'grupos históricos' vão sendo estrangulados, a 'descentralização' 'idem', a dispersão estúpida de verbas vai dar lugar ao deserto, os projectos emergentes serão submersos; e as únicas medidas que se conhecem no teatro são cortes de 38% e o aumento do IVA dos bilhetes".
E continua: "é certo (e fartei-me de o dizer) que no seio do próprio teatro há práticas que determina(ra)m responsabilidades numa postura de costas voltadas para o público e 'exageros' (como pedir subsídios para as primeiras encenações, vá-se lá saber com que critérios possíveis de avaliação e selecção!). (...) Mas não justifica o crime liquidacionista do teatro e demais património cultural imaterial".
Para acabar com a barreira entre teatro e público
Numa mensagem hoje divulgada pela Sociedade Portuguesa de Autores, escrita por Urbano Tavares Rodrigues, defende-se a importância do teatro como meio de formação. "O teatro é a arte da comunicação por excelência, desde as tragédias gregas que, com o apoio da música e da dança, comentavam o vivido e anunciavam o futuro, o teatro interage com os espectadores, chama-os a uma apaixonada participação, que se traduz em aplausos, outras vezes, raramente, em assobios e pateadas". Urbano Tavares Rodrigues, autor do ensaio "Noites de Teatro", continua: "Quando a barreira entre o público e a plateia desaparece, consuma-se a vivência profunda do teatro".
E para que essa barreira desapareça, hoje há uma série de teatros que têm espectáculos gratuitos ao público.
Para o sindicato, citado pela Lusa, "não há, em Portugal, grande lugar a festejos".
Enquanto o sindicato estiver a realizar a concentração, dentro da Assembleia da República, o presidente da Comissão parlamentar da Educação, Ciência e Cultura, José Ribeiro e Castro, estará a propor na reunião "uma reflexão sobre o teatro como uma das mais importantes artes performativas". É que, para este deputado, citado pela Lusa, "não devíamos deixar passar despercebida uma data tão relevante".
Castro Guedes critica crime "liquidacionista"
Num artigo de opinião assinado hoje no "Público", o encenador Castro Guedes escreve que "o teatro português, tal como o seu povo, exangue, padece de lepra e o seu corpo vai caindo aos bocados: os chamados 'grupos históricos' vão sendo estrangulados, a 'descentralização' 'idem', a dispersão estúpida de verbas vai dar lugar ao deserto, os projectos emergentes serão submersos; e as únicas medidas que se conhecem no teatro são cortes de 38% e o aumento do IVA dos bilhetes".
E continua: "é certo (e fartei-me de o dizer) que no seio do próprio teatro há práticas que determina(ra)m responsabilidades numa postura de costas voltadas para o público e 'exageros' (como pedir subsídios para as primeiras encenações, vá-se lá saber com que critérios possíveis de avaliação e selecção!). (...) Mas não justifica o crime liquidacionista do teatro e demais património cultural imaterial".
Para acabar com a barreira entre teatro e público
Numa mensagem hoje divulgada pela Sociedade Portuguesa de Autores, escrita por Urbano Tavares Rodrigues, defende-se a importância do teatro como meio de formação. "O teatro é a arte da comunicação por excelência, desde as tragédias gregas que, com o apoio da música e da dança, comentavam o vivido e anunciavam o futuro, o teatro interage com os espectadores, chama-os a uma apaixonada participação, que se traduz em aplausos, outras vezes, raramente, em assobios e pateadas". Urbano Tavares Rodrigues, autor do ensaio "Noites de Teatro", continua: "Quando a barreira entre o público e a plateia desaparece, consuma-se a vivência profunda do teatro".
E para que essa barreira desapareça, hoje há uma série de teatros que têm espectáculos gratuitos ao público.