Notícia
Depósitos acima de 100 mil euros aumentam e superam os 50 mil milhões
O valor dos depósitos sem garantia - ou seja, superiores a 100 mil euros - voltou a subir, pelo terceiro ano consecutivo. A quantia dos depósitos elegíveis segue a mesma tendência, ainda que a um ritmo inferior.
No final do ano passado havia 51.676 milhões de euros em depósitos que não eram cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, o que corresponde a uma subida acima de 7% em comparação com o ano anterior, avança o Público. Em causa estão os depósitos cujo valor supera os 100 mil euros.
O relatório e contas da FGD, relativo a 2018 e disponibilizado em junho, mostra que o ano passado foi o terceiro ano consecutivo de crescimento destes depósitos sem garantia. É preciso recuar a 2015, ano ainda marcado pela queda do BES no verão de 2014, pela intervenção da troika em Portugal e pela crise do euro, para haver o registo de uma quebra.
O montante total dos depósitos que não são garantidos por se situarem acima dos 100.000 euros, avançou 39%. É esta fatia de depósitos que, em caso de uma resolução de um banco, não será garantida pela Fundo e é chemada a participar no resgate da instituição financeira.
Contactada pelo Público, a FGC não respondeu, nem a Associação Portuguesa de Bancos.
De notar ainda que o valor dos depósitos sem garantia subiu a par do valor global dos depósitos. Aqueles que são elegíveis, e que portanto excluem depósitos de instituições financeiras, seguradoras ou fundos de pensões, aumentaram 3,6% para os 184.557 milhões. Os depósitos acima de 100 mil euros subiram 6,9% para os 76.591 milhões de euros.
A legislação que enquadra estes depósitos foi renovada este ano, de forma a fazer "uma clara distinção entre depósitos e outros instrumentos financeiros em processos de insolvência de um banco", diz o Ministério das Finanças. Houve uma reeordenação hierárquica, com os detentores de dívida sénior a poderem ser chamados antes dos grandes depósitos e logo após os acionistas.