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Democratas criticam proposta fiscal de Trump por "beneficiar os mais ricos"
Os líderes democratas do Congresso dos EUA rejeitaram a proposta fiscal apresentada esta quarta-feira pelo governo de Donald Trump, argumentando que, em vez de ser um alívio para a classe média, beneficia principalmente os mais ricos.
"Nós, democratas, temos estado unidos para que nem um centavo seja destinado para o alívio fiscal dos mais ricos", disse o líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, numa conferência de imprensa após ser conhecido o plano fiscal de Trump.
Segundo Schumer, os cortes de impostos propostos pelos republicanos colocam ainda em risco o financiamento do serviço Medicare, um sistema de subsídios de acesso à saúde para quem tem menos recursos.
A líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, sublinhou que "os democratas sempre estiveram dispostos a participar na reforma fiscal bipartidária" mas, considerou, "o quadro fiscal dos republicanos não é uma reforma tributária, mas sim uma estrutura que ajuda os mais ricos enquanto batem na classe média".
O senador democrata Ron Wyden classificou a proposta como sendo "de extrema-direita".
O programa fiscal foi hoje apresentado e tem como título 'Plano unificado para corrigir o nosso falido código fiscal', e foi apresentado como a maior reforma fiscal desde 1980.
Além da redução do imposto pago pelas empresas, de 35% para 20%, a nova proposta reduz de sete para três os escalões da tributação sobre o rendimento individual, para 12, 25 e 35%, mas ainda assim acima dos 15% prometidos às empresas por Trump durante a campanha eleitoral.
Além das mexidas nos escalões do IRS e nas taxas do IRC, Donald Trump propõe ainda aumentar as deduções fiscais para as famílias com filhos e criar uma nova dedução para os adultos dependentes, como pessoas idosas ou doentes.
A reforma fiscal apresentada hoje pelo Presidente é a grande iniciativa de Trump antes do final do mandato, e segue-se ao fracasso da substituição da lei sobre cuidados de saúde conhecida como 'Obamacare', que os republicanos têm sido incapazes de levar por diante, apesar de terem a maioria no Congresso e no Senado.