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Consumidores “não devem ser onerados com custos acrescidos” do hidrogénio

O Ministro da Economia afirmou que, ao contrário do que aconteceu com a energia eólica, o custo acrescido da produção de hidrogénio não deve ser imputado aos consumidores, neste caso, a indústria.

Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, tem sido um dos ministros mais envolvidos na resposta à crise.
Tiago Petinga/Lusa
01 de Julho de 2020 às 18:19
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Pedro Siza Vieira garante que os elevados custos associados à produção de hidrogénio verde não deverão ser suportados pelo consumidor final, que será, sobretudo, a indústria. O Ministro da Economia recorreu ao exemplo da energia eólica, uma aposta que Portugal fez há cerca de 20 anos, e que, nessa altura "atiraram para o consumidor doméstico o diferencial de preço que estas tecnologias inovadoras sempre têm", para assegurar que a estratégia, desta vez, será diferente.


O governante falou esta quarta-feira numa sessão virtual de discussão da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, dedicada à indústria, que contou com a participação de mais de duas dezenas de empresas. Ao longo da sessão, foram várias as empresas que manifestaram preocupação em relação aos custos associados à produção de hidrogénio, que vai requerer tecnologias novas que Portugal ainda não possui.


"Na altura, quem pagou, e continua a pagar o sobrecusto das renováveis, foi o consumidor doméstico. Quando falamos no hidrogénio, a solução não pode ser a mesma. Até porque os destinatários principais desta fonte de energia serão consumidores industriais, sujeitos à competição externa, e que não devem, por isso, ser onerados com custos acrescidos de produção", ressalvou o ministro.


Nesse sentido, continuou Siza Vieira, "será precisa uma grande articulação de políticas públicas e de recursos financeiros públicos, para fazer face aos custos muito grandes de investigação e desenvolvimento" envolvidas nesta indústria.


Isso será alcançado através do novo quadro de recursos europeus, apresentado pela Comissão Europeia, que será discutido este mês pelos estados-membros, revelou o ministro da Economia. Além do quadro financeiro plurianual 2021-2027, que é "muito focado nas questões da transição energética", haverá financiamento para o hidrogénio através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, criado por Bruxelas para ajudar os países no relançamento da economia após a crise pandémica.


Além dos fundos europeus, Siza Vieira referiu ainda o papel do novo Banco Português de Fomento nesta estratégia, nomeadamente no "apoio a financiamentos de longo prazo e de alguma incerteza".


O ministro ressalvou ainda que o posicionamento de Portugal "na linha da frente" do hidrogénio verde a nível europeu permitirá "criar oportunidades de desenvolvimento de protagonistas na cadeia de valor destas novas tecnologias", que "poderão colocar a sua capacidade, a ser desenvolvida em Portugal no âmbito deste projeto, também ao serviço da sua competitividade em mercados externos".

A Estratégia Nacional para o Hidrogénio, que está em consulta pública, prevê que os projetos ligados a este setor deverão mobilizar cerca de sete mil milhões de euros nos próximos dez anos, a maioria de origem privada.

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