Consumidores têm mais formação

Ao contrário do que acontecia há uns anos, hoje em dia a maioria dos consumidores portugueses tem formação superior. Ana Tapadinhas, directora-adjunta da Deco, reconhece que actualmente há "consumidores com níveis de formação superiores e mais conhecedores dos seus direitos". O facto de se tratarem de consumidores com maior formação reflecte-se no nível de exigência e nas reclamações realizadas, sobretudo em sectores como as telecomunicações, banca e seguros.

Consumidores jovens mais informados

A faixa etária dos consumidores portugueses varia bastante, sobretudo tendo em consideração os vários sectores. Ainda assim, Ana Tapadinhas fixa um limite que oscila entre os 30 e os 60 anos, como a idade mais representativa dos consumidores. A jurista da Deco acrescenta ainda que consumidores mais jovens são mais atentos às tendências do mercado e tendem estar mais informados. Em termos gerais, "tendo em conta a crise, os consumidores estão mais atentos", explicou a mesma responsável.

O nível de exigência e de informação dos consumidores tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. Hoje em dia, comerciantes e fornecedores de bens e serviços deparam-se com pessoas que sabem o que querem e que estão dispostas a fazer valer todos os seus direitos. "Os consumidores estão mais sensibilizados e informados", explicou Ana Tapadinhas. A responsável da associação de defesa dos direitos dos consumidores acrescenta que "cada vez mais, as reclamações são fundamentadas".

Preço e não a marca determina opção de compra

Os portugueses estão menos dependentes da pressão das marcas. A crise e a perda de rendimento das famílias obrigou-as a reconsiderar os seus hábitos de consumo e a realizar compras mais ponderadas. De acordo com a Deco, o novo consumidor mostra-se mais independente das marcas e compra ao melhor preço. A preferência pelas chamadas marcas brancas, a análise dos preços e das condições de vários produtos, ou o recurso a promoções e cupões de desconto são algumas das mudanças nos hábitos de consumo dos portugueses.

Recurso ao Crédito de forma mais ponderada

O recurso ao crédito ao consumo por parte dos portugueses é actualmente uma solução bastante mais ponderada. Segundo a Deco, existe da parte dos consumidores nacionais uma maior preocupação em torno desta opção de financiamento e há maior procura por informação. De acordo com a associação, as pessoas estão hoje mais atentas às condições de crédito e há mais pedidos de informação sobre o crédito pessoal. Nos casos em que realmente há um recurso ao crédito, esta escolha é bastante mais ponderada.