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Chegou a hora de fazer negócios na língua de Camões

Cavaco e Dilma estão de acordo. São precisos mais investimentos para elevar as relações bilaterais para outro patamar.

Reuters
11 de Junho de 2013 às 00:01
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A visita de Dilma Rousseff a Portugal, entre 9 e 10 de Junho, foi um esforço diplomático para posicionar as empresas brasileiras na corrida às privatizações nacionais, especialmente as da TAP, dos CTT e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

O termo privatizações nunca foi referido publicamente pela presidente brasileira, mas o tema esteve presente nas suas declarações públicas. Segunda-feira, após um encontro com Cavaco Silva, Dilma Rousseff salientou que as relações entre os dois países estão a mudar de "patamar". "Temos todo o interesse em ampliar os investimentos recíprocos", declarou a a presidente brasileira.

Cavaco Silva afinou pelo mesmo diapasão. "Desejamos que mais empresas brasileiras olhem para Portugal", declarou o Presidente da República, acrescentando esperar que a visita de Dilma Rousseff tenha servido para "alertar os empresários brasileiros para as potencialidades" do País.

Quem não teve rodeios foi Mário Vilalva, embaixador brasileiro em Portugal. "Estamos a aguardar as novas regras para a privatização da TAP, estamos a aguardar as novas regras para a concessão que será feita em relação aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e estamos a aguardar também as regras para a privatização dos CTT", havia afirmado, a 6 de Junho, o diplomata, em declarações à Lusa.

PS vêm com "bons olhos" brasileiros na TAP

A par do plano político, decorrem movimentações empresariais tendentes a dar substância a este discurso. O empresário David Neeleman, dono da companhia aérea Azul e fundador da JetBlue, estará em conversações com o BNDES (Banco nacional de Desenvolvimento Económico e Social), para o estudar o envolvimento desta instituição financeira num apoio à privatização da TAP. A notícia foi avançada ontem pelo jornal "Valor Econômico", reforçando assim informação semelhante que havia sido avançada a semana passada pela "Folha de São Paulo". Na mesma ocasião, o Negócios soube junto de fonte ligada ao processo que interesse de David Neelman é "real", embora a Azul continue a negar esta intenção

Neste domínio, o Governo pode até conseguir um consenso alargado, atendendo à posição do PS. "No que diz respeito à TAP, naturalmente que vejo com bons olhos a possibilidade de haver uma participação de capitais brasileiros na privatização da TAP", disse o secretário-geral dos socialistas, António José Seguro, no Domingo, após um encontro com Dilma Rousseff.

Durante a sua estadia em Portugal, a Presidente da República brasileira manteve também encontros com o primeiro-ministro, Passos Coelho, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

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