Notícia
Charles Michel: Impaciência legítima em torno da vacinação não pode cegar
O presidente do Conselho Europeu defendeu hoje que a impaciência em torno do ritmo de vacinação contra a covid-19 na UE, ainda que "legítima", não deve ser "cega", e manifestou-se mesmo "chocado" com algumas das críticas dirigidas à Europa.
09 de Março de 2021 às 15:16
Num texto hoje divulgado e dirigido ao público em geral, Charles Michel expões alguns factos que, no seu entender, demonstram que a União Europeia está muito bem colocada para "vencer esta guerra contra a covid-19", que, salientou, mais do que um 'sprint', é uma "maratona", apontando que a Europa está prestes a tornar-se, ainda antes do final do corrente ano, "o principal continente produtor de vacinas".
Neste ponto da situação sobre o combate à pandemia, o presidente do Conselho Europeu diz ainda que a UE, a potência mais solidária em termos de vacinas, não irá utilizar estas "para fins de propaganda", como o fazem Rússia e China, acusa.
Charles Michel começa por enfatizar na sua comunicação que "a vacinação coordenada de 450 milhões de europeus em 27 Estados-Membros, utilizando vacinas que acabam de ser inventadas e cuja produção só agora começou, é um empreendimento sem precedentes e complexo".
"As dificuldades no lançamento desta operação maciça têm causado frustração e mesmo irritação entre os cidadãos europeus. Eu compreendo isso. Após um ano de pandemia - e todas as limitações associadas - todos ansiamos por recuperar a nossa liberdade e regressar à vida normal o mais rapidamente possível", admite o presidente do Conselho Europeu.
Afirmando-se consciente de que "os cidadãos expressaram fortes críticas às suas autoridades nacionais e à UE relativamente aos atrasos na produção, distribuição e administração das vacinas", Charles Michel reconhece que "haverá certamente lições a aprender, sobretudo no que respeita à execução dos contratos assinados com as empresas farmacêuticas", mas defendeu então que não se pode perder de vista a visão mais geral.
"As atuais dificuldades, por muito irritantes que sejam, não devem fazer-nos perder de vista o panorama geral e tudo o que foi e está a ser alcançado. A impaciência é legítima, mas não nos deve cegar para a perspetiva mais ampla", disse, expondo então de seguida vários "factos".
Charles Michel começa por argumentar que, "sem a Europa, não teria sido possível desenvolver e produzir vários tipos de vacinas em menos de um ano", quando normalmente este é um processo que "leva pelo menos quatro ou cinco anos", recordando que "a UE foi a força motriz e principal doador na angariação internacional de fundos que permitiu o financiamento da investigação de vacinas".
Reiterando que, sem a estratégia comum adotada na Europa -- de confiar à Comissão Europeia a compra das vacinas -, muitos Estados-membros "não teriam ainda recebido uma única dose", pois "países maiores ou mais teriam sido os primeiros na fila" e aqueles a serem servidos, Charles Michel defendeu também que "a Europa é a potência mundial mais inclusiva".
"Fico estupefacto quando oiço a Europa ser acusada de não agir de forma solidária. E é triste vê-la criticada por querer partilhar doses antes de ter vacinado todos os seus cidadãos. Desde o início, a Europa tem sido a mais fervorosa defensora de uma resposta internacional e do princípio de que as vacinas devem ser universalmente acessíveis e a preços acessíveis. Por razões de necessidade, bem como de solidariedade", diz.
Lembrando que "a União Europeia lançou a iniciativa internacional COVAX para fornecer vacinas aos países de menor rendimento do mundo", tendo afetado a esta iniciativa, juntamente com os seus Estados-membros, cerca de 2,7 mil milhões de euros, Charles Michel observou que, "além disso, a UE encomendou previamente mais de dois mil milhões de doses, mais do dobro do que é necessário para vacinar a sua população", já que o excedente "tornará possível a vacinação de várias centenas de milhões de pessoas" em países terceiros.
"Não nos devemos deixar enganar pela China e pela Rússia, ambos regimes com valores menos desejáveis que o nosso, uma vez que organizam operações altamente limitadas, mas amplamente divulgadas para fornecer vacinas a outros. De acordo com os números disponíveis, estes países administraram metade das doses por 100 habitantes que a União Europeia. E a Europa não irá utilizar vacinas para fins de propaganda. Nós promovemos os nossos valores", escreve.
Do mesmo modo, Charles Michel diz-se "chocado com as acusações de 'nacionalismo vacinal' contra a UE", opinando que, "também neste caso, os factos não mentem", já que a UE simplesmente instaurou um sistema para controlar a exportação de doses produzidas na União, enquanto "Reino Unido e os Estados Unidos impuseram uma proibição total à exportação de vacinas ou componentes de vacinas produzidas no seu território".
Por fim, Charles Michel diz então que a Europa está preparada para se tornar o principal continente produtor de vacinas antes do final do ano, juntamente com os Estados Unidos, regozijando-se a esse propósito com o faço de, com a nova administração norte-americana liderada por Joe Biden, ser possível europeus e norte-americanos "juntarem forças".
"Ganharemos esta guerra contra a covid-19. E a Europa será um grande aliado na libertação do mundo deste vírus", conclui Charles Michel, que no longo texto hoje publicado não faz qualquer referência ao facto de alguns Estados-membros terem decidido recorrer à vacina Sputnik V desenvolvida pela Rússia, e ainda não autorizada pela Agência Europeia do Medicamento.
Neste ponto da situação sobre o combate à pandemia, o presidente do Conselho Europeu diz ainda que a UE, a potência mais solidária em termos de vacinas, não irá utilizar estas "para fins de propaganda", como o fazem Rússia e China, acusa.
"As dificuldades no lançamento desta operação maciça têm causado frustração e mesmo irritação entre os cidadãos europeus. Eu compreendo isso. Após um ano de pandemia - e todas as limitações associadas - todos ansiamos por recuperar a nossa liberdade e regressar à vida normal o mais rapidamente possível", admite o presidente do Conselho Europeu.
Afirmando-se consciente de que "os cidadãos expressaram fortes críticas às suas autoridades nacionais e à UE relativamente aos atrasos na produção, distribuição e administração das vacinas", Charles Michel reconhece que "haverá certamente lições a aprender, sobretudo no que respeita à execução dos contratos assinados com as empresas farmacêuticas", mas defendeu então que não se pode perder de vista a visão mais geral.
"As atuais dificuldades, por muito irritantes que sejam, não devem fazer-nos perder de vista o panorama geral e tudo o que foi e está a ser alcançado. A impaciência é legítima, mas não nos deve cegar para a perspetiva mais ampla", disse, expondo então de seguida vários "factos".
Charles Michel começa por argumentar que, "sem a Europa, não teria sido possível desenvolver e produzir vários tipos de vacinas em menos de um ano", quando normalmente este é um processo que "leva pelo menos quatro ou cinco anos", recordando que "a UE foi a força motriz e principal doador na angariação internacional de fundos que permitiu o financiamento da investigação de vacinas".
Reiterando que, sem a estratégia comum adotada na Europa -- de confiar à Comissão Europeia a compra das vacinas -, muitos Estados-membros "não teriam ainda recebido uma única dose", pois "países maiores ou mais teriam sido os primeiros na fila" e aqueles a serem servidos, Charles Michel defendeu também que "a Europa é a potência mundial mais inclusiva".
"Fico estupefacto quando oiço a Europa ser acusada de não agir de forma solidária. E é triste vê-la criticada por querer partilhar doses antes de ter vacinado todos os seus cidadãos. Desde o início, a Europa tem sido a mais fervorosa defensora de uma resposta internacional e do princípio de que as vacinas devem ser universalmente acessíveis e a preços acessíveis. Por razões de necessidade, bem como de solidariedade", diz.
Lembrando que "a União Europeia lançou a iniciativa internacional COVAX para fornecer vacinas aos países de menor rendimento do mundo", tendo afetado a esta iniciativa, juntamente com os seus Estados-membros, cerca de 2,7 mil milhões de euros, Charles Michel observou que, "além disso, a UE encomendou previamente mais de dois mil milhões de doses, mais do dobro do que é necessário para vacinar a sua população", já que o excedente "tornará possível a vacinação de várias centenas de milhões de pessoas" em países terceiros.
"Não nos devemos deixar enganar pela China e pela Rússia, ambos regimes com valores menos desejáveis que o nosso, uma vez que organizam operações altamente limitadas, mas amplamente divulgadas para fornecer vacinas a outros. De acordo com os números disponíveis, estes países administraram metade das doses por 100 habitantes que a União Europeia. E a Europa não irá utilizar vacinas para fins de propaganda. Nós promovemos os nossos valores", escreve.
Do mesmo modo, Charles Michel diz-se "chocado com as acusações de 'nacionalismo vacinal' contra a UE", opinando que, "também neste caso, os factos não mentem", já que a UE simplesmente instaurou um sistema para controlar a exportação de doses produzidas na União, enquanto "Reino Unido e os Estados Unidos impuseram uma proibição total à exportação de vacinas ou componentes de vacinas produzidas no seu território".
Por fim, Charles Michel diz então que a Europa está preparada para se tornar o principal continente produtor de vacinas antes do final do ano, juntamente com os Estados Unidos, regozijando-se a esse propósito com o faço de, com a nova administração norte-americana liderada por Joe Biden, ser possível europeus e norte-americanos "juntarem forças".
"Ganharemos esta guerra contra a covid-19. E a Europa será um grande aliado na libertação do mundo deste vírus", conclui Charles Michel, que no longo texto hoje publicado não faz qualquer referência ao facto de alguns Estados-membros terem decidido recorrer à vacina Sputnik V desenvolvida pela Rússia, e ainda não autorizada pela Agência Europeia do Medicamento.