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CEO do JPMorgan diz que ‘boom’ nos EUA pode durar até 2023

Dimon acredita que a economia norte-americana pode entrar numa fase de rápido e sustentado crescimento enquanto a inflação sobe de forma suave.

Giulia Marchi
10 de Abril de 2021 às 18:00
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O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, está otimista de que a pandemia vai terminar com uma recuperação económica nos EUA que pode durar pelo menos dois anos.

 

"Tenho poucas dúvidas de que, com o excesso de poupança, novos estímulos, elevados gastos orçamentais, mais "quantitative easing", um novo plano de investimento em infraestruturas, uma vacina bem-sucedida e euforia em torno do fim da pandemia, a economia dos EUA provavelmente crescerá", disse o CEO na carta anual aos acionistas. "Este ‘boom' pode facilmente durar até 2023."

 

Programas de resgate federais sem precedentes reduziram o desemprego e evitaram uma mair deterioração económica, disse Dimon, assinalando que os bancos entraram na crise fortes e capazes de ajudar as comunidades a enfrentarem a tempestade.

 

Embora os bancos também tenham tirado partido dos estímulos dos EUA, criaram colchões contra futuras perdas com empréstimos e tiveram um bom desempenho nos testes de stress, afirmou.

 

Dimon também destacou o comportamento dos consumidores nos EUA, que usaram os cheques dos estímulos para reduzir as dívidas, que caíram para o nível mais baixo em 40 anos, e guardaram o dinheiro, o que proporcionará - também para as empresas - uma quantidade "extraordinária" de poder de compra quando as restrições da covid forem suspensas. A última ronda de medidas de flexibilização quantitativa terá gerado mais de 3 biliões de dólares em depósitos em bancos norte-americanos, uma parte dos quais pode ser emprestada, disse.

 

Dimon acredita que a economia norte-americana pode entrar numa fase de rápido e sustentado crescimento enquanto a inflação sobe de forma suave. As ameaças a este cenário incluem variantes do coronavírus e um salto rápido ou sustentado da inflação que poderia antecipar o aumento dos juros.

 

Aos 65 anos, Dimon é o executivo mais proeminente e atua como porta-voz do setor bancário global à frente de um titã de Wall Street e da banca comercial. Dimon lidera o JPMorgan desde o fim de 2005 e é o único CEO ainda no comando depois de conduzir um grande banco durante a crise financeira.

 

A carta de 65 páginas (mais uma página de notas de rodapé) é a mais longa de Dimon depois da curta missiva do ano passado, divulgada menos de uma semana depois de voltar ao trabalho após uma cirurgia de emergência ao coração. Como sempre, é abrangente, cobrindo tópicos como regulamentação financeira, China, desigualdade e racismo institucional.

 

Apesar de todo o brilho na sua perspetiva económica, Dimon encontrou motivos para lamentar.

 

A pandemia destacou profundas desigualdades com efeitos devastadores. Em questões como saúde e imigração, as pessoas perderam a fé na capacidade do governo de resolver problemas, disse o executivo.

 

"Os americanos sabem que algo correu terrivelmente mal e culpam a liderança deste país: a elite, os poderosos, os decisores - no governo, nas empresas e na sociedade civil", escreveu. "Faz todo o sentido, pois quem mais deveria assumir a culpa?"

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