Notícia
Centeno pede cautela na gestão desta "fase única" da banca portuguesa
O governador do Banco de Portugal lembra que bons resultados surgem "depois de um período muito, muito difícil para o setor bancário e para todos nós". Crise política não foi assunto.
O governador do Banco de Portugal alertou para a necessidade de brio na gestão dos lucros da banca, lembrando que, apesar dos bons resultados, eles surgem "depois de um período muito, muito difícil para o setor bancário e para todos nós". Centeno lembrou que esta é a "principal tarefa" não só do Banco de Portugal, como também do ministro das Finanças.
"Mas o mais importante agora é que o sector bancário compreenda que este é o momento de repor os 'buffers', de criar os 'buffers' necessários porque, mais uma vez, o ciclo pode mudar, vai mudar. Não sabemos quando, mas temos de estar preparados", defendeu Mário Centeno no âmbito de um encontro do American Club Event no Teatro Tivoli BBVA.
Mário Centeno não se inibiu de remeter para o Banco de Portugal a responsabilidade de garantir "estabilidade financeira", mas lembra também que é esta a "principal tarefa do ministro das Finanças".
Apesar da "fase única" que Portugal vive, Centeno alertou que estes resultados surgem depois de um período muito, muito difícil para o setor bancário e para todos nós".
Para o antigo ministro das Finanças, o grande erro de Portugal, historicamente, foi "nunca se ter preparado para a próxima crise". Uma tendência que, acredita, se inverteu durante o seu tempo no Governo, quando, em 2019 foi conseguido o primeiro excedente.
Neste exercício de autoelogio, Mário Centeno sublinhou o seu papel na "alavancagem quer das famílias, quer das empresas, depois de alguns de alavancagem do Estado". "O país estava preparado para enfrentar uma dificuldade. E enfrentámos o maior desafio em muitas décadas, e saímo-nos muito bem", defendeu referindo-se à pandemia da Covid-19.
"Estou muito feliz com isso e muito orgulhoso com a contribuição dos governos portugueses e do Banco de Portugal, porque a estabilidade financeira é uma tarefa bidirecional", acrescentou.
Políticos veem diferenças onde não há
Em contexto de crise política, e com o seu nome equacionado para a sucessão de António Costa, o assunto não veio à conversa. Ainda assim, falou-se de política. Mário Centeno defende que os políticos tentam demasiado "ampliar a realidade" para se verem "num lugar único", quando, na verdade, as diferenças de linhas políticas ou dos países é menor do que querem transmitir.
"Quando se volta a juntar a imagem em tamanhos normais, não se notam diferenças. Mas eles estão sempre a afirmar que há grandes diferenças. E isto é especialmente verdade na Europa. Passamos a maior parte do tempo na Europa a discutir supostas diferenças entre países, entre linhas políticas, que quase não existem", frisou o governador do Banco de Portugal
Mário Centeno diz que os "discursos muito longos talvez nos convençam" destas diferenças, mas não acredita que sejam reais, na maioria das vezes.
"Mas podemos ouvir as diferenças em discursos muito longos que talvez nos convençam de que, de facto, não é possível chegar a um acordo. Mas isso acontece porque nos envolvemos no debate, nesta versão ampliada da realidade, apenas para nos alimentarmos", concluiu.
"Mas o mais importante agora é que o sector bancário compreenda que este é o momento de repor os 'buffers', de criar os 'buffers' necessários porque, mais uma vez, o ciclo pode mudar, vai mudar. Não sabemos quando, mas temos de estar preparados", defendeu Mário Centeno no âmbito de um encontro do American Club Event no Teatro Tivoli BBVA.
Apesar da "fase única" que Portugal vive, Centeno alertou que estes resultados surgem depois de um período muito, muito difícil para o setor bancário e para todos nós".
Para o antigo ministro das Finanças, o grande erro de Portugal, historicamente, foi "nunca se ter preparado para a próxima crise". Uma tendência que, acredita, se inverteu durante o seu tempo no Governo, quando, em 2019 foi conseguido o primeiro excedente.
Neste exercício de autoelogio, Mário Centeno sublinhou o seu papel na "alavancagem quer das famílias, quer das empresas, depois de alguns de alavancagem do Estado". "O país estava preparado para enfrentar uma dificuldade. E enfrentámos o maior desafio em muitas décadas, e saímo-nos muito bem", defendeu referindo-se à pandemia da Covid-19.
"Estou muito feliz com isso e muito orgulhoso com a contribuição dos governos portugueses e do Banco de Portugal, porque a estabilidade financeira é uma tarefa bidirecional", acrescentou.
Políticos veem diferenças onde não há
Em contexto de crise política, e com o seu nome equacionado para a sucessão de António Costa, o assunto não veio à conversa. Ainda assim, falou-se de política. Mário Centeno defende que os políticos tentam demasiado "ampliar a realidade" para se verem "num lugar único", quando, na verdade, as diferenças de linhas políticas ou dos países é menor do que querem transmitir.
"Quando se volta a juntar a imagem em tamanhos normais, não se notam diferenças. Mas eles estão sempre a afirmar que há grandes diferenças. E isto é especialmente verdade na Europa. Passamos a maior parte do tempo na Europa a discutir supostas diferenças entre países, entre linhas políticas, que quase não existem", frisou o governador do Banco de Portugal
Mário Centeno diz que os "discursos muito longos talvez nos convençam" destas diferenças, mas não acredita que sejam reais, na maioria das vezes.
"Mas podemos ouvir as diferenças em discursos muito longos que talvez nos convençam de que, de facto, não é possível chegar a um acordo. Mas isso acontece porque nos envolvemos no debate, nesta versão ampliada da realidade, apenas para nos alimentarmos", concluiu.