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Centeno antecipa crescimento em torno de 2% “ou um pouco acima” nos próximos anos
O ministro das Finanças assegura que a redução dos estímulos do BCE não terá qualquer "impacto" em Portugal no próximo ano e que a robustez da economia "vai continuar".
As estimativas do Governo apontam para uma desaceleração do crescimento da economia portuguesa de 2,6% este ano para 2,2% em 2018, uma estimativa que o ministro das Finanças admite ser "muito prudente". Em entrevista à Bloomberg TV, Mário Centeno antecipou que, nos próximos anos, o crescimento deverá estabilizar em torno de 2% "ou um pouco acima".
Uma subida do PIB de 2,2% em 2018 "é uma previsão muito prudente", reconheceu Centeno esta quarta-feira, 8 de Novembro, citando os bons dados do mercado de trabalho, exportações e investimento. "Vemos uma economia muito dinâmica. Mas em termos orçamentais, é melhor projectar uma evolução prudente para a nossa economia. A robustez que vemos vai continuar no próximo ano", acrescentou.
Questionado sobre se o crescimento vai estabilizar em torno de 2% nos próximos anos, o ministro das Finanças afirmou que esse ritmo "é provavelmente o crescimento potencial da economia portuguesa agora". "Depois de estabilizarmos o sector financeiro, estamos muito optimistas quanto à capacidade da economia de crescer. Neste processo de recuperação, em torno de 2% ou um pouco acima, é o que esperamos para a economia nos próximos anos", concluiu.
Mário Centeno reconheceu que a melhoria do rating por parte da S&P, em Setembro, foi um "grande evento" para Portugal, com muita importância para as condições de financiamento do país.
Recordando que os juros da dívida a dez anos já estão abaixo de 2%, o governante antecipou que Portugal vai conseguir os juros mais baixos "desde que regressou ao mercado" na emissão de obrigações que vai ter lugar esta quarta-feira.
Na mesma entrevista, o ministro assegurou ainda que a redução dos estímulos à economia por parte do Banco Central Europeu (BCE) não terá qualquer impacto "material" em Portugal no próximo ano.
"A decisão que o BCE anunciou não terá um impacto material em Portugal no próximo ano. A redução já tem vindo a acontecer em Portugal por causa das regras específicas que o BCE usa quando compra obrigações. A redução irá acontecer ao mesmo tempo que a economia recupera e não esperamos qualquer impacto para Portugal no próximo ano", afirmou Centeno.
Sobre a eventual nomeação para a presidência do Eurogrupo, o ministro das Finanças disse apenas que "nesta fase não queria confirmar essa ideia". "Tenho falado com os meus colegas. Estas conversas são abertas e francas e vamos chegar a uma decisão talvez no fim deste mês", referiu.