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Cavaco Silva defende «maior agressividade» nos mercados internacionais

O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva defendeu terça-feira à noite em Braga que Portugal deverá recuperar a quota de mercado através de uma «maior agressividade» nos mercados internacionais para regressar à convergência de desenvolvimento com a União Europe

25 de Maio de 2005 às 13:56
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O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva defendeu terça-feira à noite em Braga que Portugal deverá recuperar a quota de mercado através de uma «maior agressividade» nos mercados internacionais para regressar à convergência de desenvolvimento com a União Europeia (UE), noticiou a Lusa.

China, Rússia e Angola são países onde Portugal poderá encontrar oportunidades de investimento para aumentar as suas exportações, mas Espanha e os novos estados-membros da UE são «obrigatórios», defendeu.

O economista participou terça-feira numa conferência em Braga subordinada ao tema «Portugal, a Globalização e a Nova Europa».

Segundo Cavaco Silva, um país pequeno como Portugal só sobrevive se possuir um sector exportador forte.

«É possível regressar à convergência da EU e da Espanha, país do qual Portugal se tem afastado há cinco anos consecutivos, mas nunca será pela via de qualquer retórica contra a globalização ou proteccionismos», referiu.

«As soluções não devem ser adiadas. O nosso país não está condenado à estagnação. Há um caminho para regressar à convergência e esse caminho é o aumento da produtividade e da competitividade das empresas portuguesas», frisou.

Para o ex-primeiro-ministro, não é possível ingressar uma «tarefa de desenvolvimento estrutural ao nível da vizinha Espanha» sem aumentar as exportações através da recuperação de quotas perdidas em sete anos (15 por cento) e da criação de novas quotas.

«Um pequeno nicho de mercado na China é uma produtividade gigantesca para qualquer empresa portuguesa», sublinhou Cavaco Silva, lembrando que a China é já o terceiro importador mundial, depois do Japão e EUA.

Para atingir este objectivo, acrescentou, os empresários devem apostar na melhoria da capacidade de gestão da empresas, na capacidade de inovação e na capacidade de penetrar nos mercados externos, pedindo ao Governo para actuar no sentido de melhorar a imagem do país.

Em relação à liberalização do comércio e à invasão dos têxteis chineses na Europa, Cavaco Silva considerou ser «apenas uma expressão da globalização» e que, depois da China, outros, como a Índia, virão.

A este respeito, o economista alertou ainda para o facto da concorrência chinesa não se reduzir apenas aos têxteis, mas também a outras áreas, como a maquinaria, os produtos eléctricos e tecnológicos.

«Portugal está a acordar tarde para este problema» e no caso da UE impor medidas de salvaguarda às exportações chinesas, estas devem ser encaradas como uma «folga temporária» para passar a produzir produtos de melhor qualidade.

Para Cavaco Silva, «não há a mínima hipótese das empresas portuguesas de baixo valor acrescentado concorrerem com países como a China ou a Índia».

Os empresários devem assim «arregaçar mangas» e esperar que as autoridades actuem em três áreas: na contenção e rigor das despesas correntes públicas, na reorientação do investimento em inovação e desenvolvimento tecnológico e no combate à fraude fiscal.

«A restauração da credibilidade política influenciará positivamente a economia, o mercado e as empresas», concluiu.

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