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Carlos Farinha Rodrigues: moratórias têm de ser estendidas "sob pena de desastre social"

O fim das medidas de emergência como as moratórias do crédito tem de ser articulado com o momento de recuperação económica, afirma o economista e especialista em pobreza em desigualdades Carlos Farinha Rodrigues. "Em termos sociais eu tenho muito receio de que o pior ainda esteja para vir".

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As medidas de emergência, como as moratórias dos créditos à habitação que terminam por fases a partir do final de março, têm de ser articuladas com o processo de recuperação económica, "sob pena de termos um desastre social".

O alerta é deixado por Carlas Farinha Rodrigues, professor de Economia e especialista em pobreza e desigualdades, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital.

"Pensemos num exemplo simples: a questão das moratórias em relação ao crédito. Claro que quando foram definidas tinham um horizonte temporal definido. Mas tinham um horizonte temporal definido numa altura em que nem sequer se antecipava que em janeiro deste ano íamos ter uma crise pandémica ainda muito mais forte do que tivemos em março/abril do ano passado".

 

"Não podemos pensar que as medidas estão para ficar, não é isso. Agora, a sua cessação tem de ser articulada com o próprio processo de recuperação económica, sob pena de termos um desastre social".

 

Reconhecendo que "uma parte muito expressiva dos efeitos da crise "foram atenuados ou adiados com as políticas públicas", o professor de Economia diz agora que a retirada das medidas tem de ser feita com especial cuidado.

"Em termos sociais, eu tenho muito receio do que o pior ainda esteja para vir", diz.

 

As moratórias bancárias vão terminar por fases, a 31 de março deste ano (moratória privada de crédito à habitação criada pelos bancos), a 30 de junho (moratória privada de crédito ao consumo) e a 30 de Setembro (moratória pública).

 

Os bancos admitiram extensão dos prazos para alguns setores.

 

Por outro lado, as medidas de confinamento em vigor desde meados de janeiro vieram acompanhadas da recuperação de alguns apoios para as empresas (como o lay-off simplificado, que se destina a empresas obrigadas a encerrar) e a trabalhadores (como o apoio à redução económica destinado a independentes).

 

O Governo tem dito que estas últimas medidas se manterão enquanto se mantiver o confinamento.

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