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Carlos Costa: "é essencial consciencializar Portugal da necessidade de prosseguir a consolidação"
O governador do Banco de Portugal notou que o crescimento baixo da produtividade portuguesa "limita maiores níveis de consumo" sem penalizar o equilíbrio externo.
Numa conferência de homenagem a Henrique Medina Carreira, Carlos Costa terminou a sua intervenção com "um alerta". "A manter-se por muito tempo este crescimento sofrível da produtividade comprometerá gravemente o aumento do nível de vida dos cidadãos", afirmou o banqueiro. Em relação à situação portuguesa, a fraca produtividade é um travão ao crescimento sustentável do consumo.
"Em Portugal, o reduzido crescimento da produtividade observado nas últimas décadas limita a capacidade de sustentar maiores níveis de consumo sem incorrer em desequilíbrios externos", sublinhou.
Nesse sentido, o governador disse ser importante que os portugueses se mentalizem da necessidade de ajustar as suas finanças, tanto os particulares como as empresas.
"Tendo em conta o actual endividamento público e privado, é essencial consciencializar a sociedade portuguesa da necessidade de prosseguir com a consolidação financeira e, simultaneamente, criar condições que favoreçam o investimento e a produtividade", acrescentou.
Durante a sua intervenção, Carlos Costa defendeu que existem dois eixos fundamentais de dinamização da produtividade: a inovação tecnológica e a gestão. E avisou que existem limites para a política económica do Governo. "Cabe ao Estado criar condições indutoras de crescimento, mas é o produto de agentes económicos, em particular os agentes organizados em empresas", afirmou o governador.