Notícia
Bruxelas admite deixar cair mudanças na TSU para evitar crise política
A Comissão Europeia está atenta ao descontentamento provocado pelas anunciadas mexidas na Taxa Social Única – e até pode deixá-las cair, desde que o Governo apresente uma alternativa. Tudo para preservar o apoio social e a coesão política.
18 de Setembro de 2012 às 09:12
A notícia é avançada na edição desta manhã do “i”, que cita, sem nomear, fontes da Comissão Europeia. Uma dessas fontes assegura que a contestação à alteração na TSU é vista em Bruxelas com “enorme preocupação”, especialmente pelo facto de Portugal e Irlanda serem usados como exemplos de sucesso dos programas de austeridade já implementados.
A mesma fonte explica que o organismo liderado por Durão Barroso está mais preocupado com o enfraquecimento da capacidade política do Executivo do que com a desvalorização fiscal – que foi sempre defendida, explica o jornal, pelo FMI e vista com reservas pela Comissão. “O que preocupa Bruxelas é que Portugal saia desta situação com um Governo fraco, sem capacidade para enfrentar as resistências de lóbis ao cumprimento do programa”, prossegue a fonte.
O porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários Olli Rehn tomou ontem duas posições públicas aparentemente distintas sobre o tema: de manhã afirmou ser “prematuro especular sobre um espaço de manobra” na TSU, o que foi entendido pelo “Público”, na edição de hoje, como sendo condição “sine qua non” para a libertação de mais uma tranche do financiamento a Portugal; mais tarde, em declarações à TSF, sublinhou que “um eventual recuo do Governo em relação às alterações na TSU não condiciona o próximo cheque da ajuda da troika a Portugal”.
Outra fonte da Comissão ouvida pelo jornal assegura que Durão Barroso está em contacto “permanente” com Passos Coelho e que deverá fazer uma comunicação pública sobre a necessidade de preservar a estabilidade política em Portugal. O silêncio de Cavaco Silva também causa “perplexidade” a Bruxelas.
A mesma fonte explica que o organismo liderado por Durão Barroso está mais preocupado com o enfraquecimento da capacidade política do Executivo do que com a desvalorização fiscal – que foi sempre defendida, explica o jornal, pelo FMI e vista com reservas pela Comissão. “O que preocupa Bruxelas é que Portugal saia desta situação com um Governo fraco, sem capacidade para enfrentar as resistências de lóbis ao cumprimento do programa”, prossegue a fonte.
Outra fonte da Comissão ouvida pelo jornal assegura que Durão Barroso está em contacto “permanente” com Passos Coelho e que deverá fazer uma comunicação pública sobre a necessidade de preservar a estabilidade política em Portugal. O silêncio de Cavaco Silva também causa “perplexidade” a Bruxelas.