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Bruxelas abre procedimento contra Portugal e outros oito países
A Comissão Europeia anunciou hoje que abriu procedimentos por défice excessivo contra nove países, entre os quais Portugal. A decisão decorre da aplicação das regras europeias de disciplina das finanças públicas e incide sobre os países cujas derrapagens Bruxelas considera serem amplas e de demorada correcção.
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“Os relatórios tomam em consideração o contexto económico e outros factores pertinentes e analisam se os défices previstos para 2009 estão próximos do valor de referência e se são excepcionais e temporários”, explica a Comissão, que diz ter “concluído não ser essa a situação em nenhum dos nove países”.
Para além de Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Eslovénia, Itália, Holanda e República Checa são os alvos da abertura destes novos processos, que implicam uma vigilância mais apertada por parte de Bruxelas relativamente à evolução das respectivas finanças públicas.
No actual contexto de crise, a abertura destes procedimentos é, porém, sobretudo formal, até porque a “ordem” é para os Estados continuarem a abrir os cordões à bolsa. “Devemos continuar a apoiar a economia até que se concretize a recuperação económica”, afirma Joaquin Almunia, comissário do euro, em consonância com a orientação política dada pelos líderes do G20. Mas, acrescenta, “este é também o momento de conceber estratégias de saída coordenadas, para que, chegado o momento oportuno, possamos começar a diminuir os níveis de dívida galopantes”.
Em sua opinião, “o Pacto de Estabilidade e Crescimento é suficientemente flexível para combinar o estímulo fiscal a curto prazo com uma consolidação das finanças públicas a médio prazo e a sustentabilidade a longo prazo, tendo em conta os custos do envelhecimento da população. É essencial continuar a aplicá-lo de forma rigorosa, a fim de demonstrar de forma inequívoca que os défices excessivos serão corrigidos a tempo e horas”, insiste Almunia.