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Bolivianos devem chumbar reeleição de Evo Morales
Uma decisão favorável abriria caminho à candidatura do Presidente boliviano a um quarto mandato à frente do país, podendo levar Morales a uma presidência que duraria no limite 19 anos.
Com 72,5% dos votos contados, o resultado do referendo deste domingo na Bolívia aponta para que a maioria dos eleitores tenha votado contra as alterações à Constituição que permitiriam a apresentação a novas eleições do presidente Evo Morales em 2019.
De acordo com a agência EFE, que cita Katia Uriona, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, 56,5% dos eleitores votou "Não" às alterações constitucionais, contra 43,2% de votos favoráveis. Contudo, o site do tribunal, onde ainda está contabilizado menos de um terço das actas eleitorais, apresenta resultados mais distantes: 63,19% contra, 36,81% a favor.
Os primeiros resultados confirmam as expectativas das empresas de sondagens, que nos últimos dias apontavam para um país dividido quanto a permitir a apresentação de Morales a um quarto mandato. Mas o vice-presidente boliviano, García Linera, tempera o entusiasmo da oposição ao defender, segundo o jornal El País, que as sondagens não contabilizam os votos no estrangeiro nem inquirem os eleitores de bairros ou zonas mais periféricas.
Os bolivianos foram questionados este domingo sobre se concordavam com a introdução de um artigo na Constituição que permita duas reeleições consecutivas do presidente ou dos vice-presidentes do país e dos estados. Se aprovado, o artigo permitiria a Morales candidatar-se a novo mandato em 2019, podendo ficar no cargo até 2025 - 19 anos após a primeira eleição.
Apesar da lei fundamental do país apenas permitir uma reeleição, Evo Morales – que está no cargo desde 2006 – pôde voltar a ser eleito em 2014 mesmo já tendo cumprido dois mandatos. Isto porque o Tribunal Constitucional considerou a primeira eleição sem efeito para esta contagem, dado que o país foi refundado como estado plurinacional em 2009.
A taxa de participação no referendo ascendeu a 87,28%. O escrutínio, que está a ser levado da cidade de Sucre, capital constitucional da Bolívia, pode demorar até 48 horas.