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BCE reúne em Lisboa devendo manter juros
O BCE, na reunião do seu Conselho de Governadores de hoje em Lisboa, a última em que é possível tomar decisões de política monetária sob a presidência de Wim Duisenberg, deverá, segundo a generalidade dos analistas, deixar inalteradas as taxas de juro.
Na opinião de Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, «nada se passará na reunião de Lisboa [em matéria de mexidas nos juros], uma vez que o BCE é avesso a taxas de juro reais, ou seja, expurgadas do valor da inflação, negativas.
«Se se concretizasse um corte, seria isso que aconteceria», defende.
Em qualquer caso, segundo Cristina Casalinho, faria sentido um corte de 25 pontos de base, embora a economista, a medir pelos discursos dos banqueiros centrais, não a preveja, nem sequer em próximas reuniões.
«A menos que a apreciação do euro prossiga», ressalva. Porém, os banqueiros quererão esperar por sinais mais claros, quer quanto à evolução cambial, quer quanto à retoma.
Para hoje, «os banqueiros centrais vão limitar-se a dizer que a política monetária é adequada às condições económicas e que os últimos dados sinalizam um princípio de recuperação», diz Rui Constantino.
Afirmação cuja validade está já a ser posta em causa pelos mercados que, face aos desenvolvimentos mais recentes na paridade da moeda única, voltaram a descontar um corte de 25 pontos de base na principal taxa de intervenção do BCE, reduzindo-a para 1,75%, a ocorrer no primeiro trimestre de 2004.
A reunião de hoje, como é costume em todas as primeiras reuniões do Conselho de Governadores do mês, será seguida de conferência de imprensa, com o banqueiro central holandês, que liderou o BCE nos seus primeiros cinco anos de existência, a fazer a sua última aparição em público na qualidade de presidente da instituição.
Em Novembro, Jean-Claude Trichet assume o cargo.