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BCE deixa juros inalterados nos 4%
O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje, pelo décimo mês consecutivo, a taxa de juro inalterada nos 4%. Os especialistas acreditam que até Setembro, a instituição liderada por Jean-Claude Trichet não deverá alterar o custo do dinheiro, devido à inflaçã
O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje, pelo décimo mês consecutivo, a taxa de juro inalterada nos 4%. Os especialistas acreditam que até Setembro, a instituição liderada por Jean-Claude Trichet não deverá alterar o custo do dinheiro, devido à inflação.
Os membros do conselho de governadores do BCE, reunidos hoje em Frankfurt, decidiram manter o custo de endividamento inalterado no nível mais elevado dos últimos seis anos, em 4%.
Os últimos dados da inflação na Zona Euro, revelam que a toada de subida dos preços não pára, tendo atingido os 3,5% em Março, o nível mais elevado em quase 16 anos. Não é expectável, dizem os especialistas, que enquanto a inflação estiver do lado das subidas, o BCE ceda a pressões políticas para baixar juros, apesar das estimativas de todas as instituições internacionais apontarem para um abrandamento do crescimento económico, na sequência da crise financeira internacional.
O BCE está mandatado para manter a subida da inflação no máximo nos 2%, uma meta que a instituição sedeada em Frankfurt considera que só será possível atingir mais perto do final do ano.
Na reunião informal dos ministros das Finanças europeus (Ecofin), realizada no último fim-de-semana, Trichet recebeu o apoio de diversos líderes europeus (tal como o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Joaquin Almunia) que se mostram também preocupados com a escalada dos preços que se está a observar na Europa.
Embora menos sozinho na sua luta contra a inflação, ficou bem patente que nenhum líder europeu considera razoável que Trichet anuncie um aumento de taxas de juro para controlar a inflação, em especial neste momento em que a conjuntura económica é desfavorável.
Por seu lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou ontem, no relatório da Primavera sobre as perspectivas económicas, que considera que o BCE tem margem de manobra para cortar os juros, uma vez que é expectável que até ao final de 2008 a inflação registe aumentos mais moderados.