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Banco de Portugal revê crescimento do PIB de 2003 para 0,75%

O Banco de Portugal fez uma revisão para metade das últimas projecções divulgadas para o crescimento económico deste ano, apresentando agora um intervalo de variação do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 0,25% e 1,25%.

14 de Janeiro de 2003 às 15:31
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O Banco de Portugal fez uma revisão para metade das últimas projecções divulgadas para o crescimento económico deste ano, apresentando agora um intervalo de variação do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 0,25% e 1,25%.

Este cenário, com o valor central de 0,75%, compara com a projecção do banco central divulgada no Boletim Económico de Junho, cujo intervalo estava centrado no crescimento do PIB de 1,5%.

Esta forte correcção em baixa das perspectivas para a economia portuguesa deste ano deve-se integralmente à degradação do contributo da procura interna para o PIB de 2003, que assume agora um impacto negativo de três décimas, segundo o Boletim Económico de Dezembro, apresentado ao início da tarde pelo governador Vítor Constâncio.

Dito de outra forma, o crescimento da economia nacional passa a depender exclusivamente do aumento da procura externa dirigida às nossas exportações, que se pressupõe crescerem a uma taxa de 5%.

É importante sublinhar que, desde o ano 2000, quando a procura externa cresceu quase 11%, as exportações nacionais não conseguem beneficiar de um estímulo tão forte como aquele que é agora previsto para este ano, uma vez que em 2001 cresceu apenas 1,4% e no ano passado terá inclusivamente registado uma queda de 0,2%.

Em 2003, o consumo privado regista uma ligeira recuperação, com um crescimento em torno dos 0,7% face à variação praticamente nula de 2002, o consumo público regride -0,5% e o investimento total continua a apresentar fortes quedas, de -2,1% após a contracção de 4,1% que já sofreu o ano passado.

De acordo com o Banco de Portugal, as exportações crescem 5,75% este ano e 7,25% em 2004, o que implica ganhos de quota de mercado das empresas portuguesas nos mercados internacionais superiores a 1% nos próximos dois anos.

Aliás, nos bens transaccionáveis, Portugal conquistou quotas nos mercados externos de 0,6% em 2001 e de 2,75% em 2002, recuperando parcialmente a perda de 4% ocorrida no ano 2000.

As importações, por seu turno, também devem crescer em 2003, a uma taxa próxima dos 2%, depois da queda de 1,25% ocorrida o ano passado.

Perante esta evolução prevista na balança comercial, o Banco de Portugal admite que o défice externo beneficie de uma ligeira redução, para -5% do PIB em 2003, contra os -5,7% em 2002 e os -8,4% de 2001.

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