A Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Industrial Portuguesa (AIP) têm constatado "com grande preocupação" as "graves" consequências para a economia nacional dos atrasos por parte do Estado e outras entidades do sector público administrativo, nomeadamente autarquias locais, às empresas suas fornecedoras.

Em comunicado, a AEP e a AIP sublinham que esta constatação "é aliás confirmada pelas conclusões do último relatório da empresa Intrum Justitia, que coloca o Estado português como aquele que, entre os países europeus, regista um maior prazo médio de pagamentos – 152 dias".

"Este problema, que, ao invés das promessas do Governo, se tem vindo a arrastar progressivamente, contribui para um perverso clima de incumprimento generalizado, quer pelo exemplo que representa, quer pelas repercussões que tem em toda a cadeia de pagamentos entre os agentes económicos, acabando por afectar o próprio Estado", acrescenta a mesma fonte.

O comunicado revela ainda que a AEP e a AIP têm conhecimento de diversas empresas com problemas de tesouraria "que põem em causa a sua própria sobrevivência e cuja origem se encontra, directa ou indirectamente, no incumprimento por parte de entidades públicas dos prazos de pagamento estipulados".