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Ativistas e deputadas alvo de ameaças de morte podem ser colocados sob proteção policial

Dez pessoas receberam um email a estipular o prazo de 48 horas para abandonarem o país, senão corriam risco de vida.

14 de Agosto de 2020 às 08:29
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O Governo ofereceu proteção policial especial às três deputadas que receberam ameaças de morte por parte de um grupo de extrema-direita, revela o jornal Público.

A intermediação foi feita por Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo que também foi ameaçado, pediu proteção policial. Segundo o Jornal de Notícias, os restantes ativistas ameaçados também pediram proteção à PSP.

Ministério Público abriu inquérito
O Ministério Público instaurou um inquérito-crime na sequência de várias deputadas e a associação SOS Racismo terem recebido ameaças via e-mail e depois da autoproclamada "Nova Ordem de Avis -- Resistência Nacional" ter feito uma vigília junto à associação

"Confirma-se a instauração de inquérito, no âmbito do qual serão investigados todos factos que vieram a público nos últimos dias", respondeu a Procuradoria-Geral da República à agência Lusa.    

Na quarta-feira o dirigente da SOS Racismo Mamadou Ba foi prestar declarações na Polícia Judiciária e confirmou ter recebido, juntamente com mais nove pessoas um correio eletrónico a estipular o prazo de 48 horas para abandonarem o país, senão corriam risco de vida.

As deputadas do Bloco de Esquerda (BE) Beatriz Dias e Mariana Mortágua disseram no mesmo dia que iam apresentar queixa ao MP na sequência de ameaças recebidas, confirmou à Lusa fonte do partido.

Além das duas deputadas do BE, foram também visados a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira e Jonathan Costa, da Frente Unitária Anti-Fascista.

"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se no 'e-mail', a que a Lusa teve acesso.

Na mensagem eletrónica refere-se que se o prazo for ultrapassado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português", e que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".

Com data de 11 de agosto, a mensagem foi enviada a partir de um endereço criado num 'site' de 'e-mails' temporários e é assinada por "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional", a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma "vigília em honra das forças de segurança" em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa.

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