O presidente do Conselho Europeu, António Costa, diz que a União Europeia (UE) tem de estar envolvida nas negociações com a Rússia para o fim da guerra na Ucrânia de modo a mapear a futura arquitetura de segurança da Europa.

O apelo chega numa altura em que António Costa e outros líderes europeus se prepararam para se encontrarem em Paris para discutir a resposta à decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encetar negociações para pôr termo ao conflito de quase três anos, com o anúncio, na semana passada, de conversações bilaterais com Vladimir Putin, a fazer soar o alarme no bloco dos 27 face à possibilidade de ser alcançado um acordo sem o seu envolvimento.

"Se Trump realmente quer que os europeus assumam maior responsabilidade pela sua própria segurança, então é claro que os europeus precisam de ser os principais intervenientes na conceção da nova arquitetura de segurança", afirmou Costa, em declarações ao Financial Times.

"Isto não é só sobre a Ucrânia", apontou, numa entrevista na conferência de segurança, em Munique, no fim de semana. "As negociações para uma nova arquitetura de segurança precisam de ter em consideração de que a Rússia é uma ameaça global, não apenas para a Ucrânia".