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António Chora reforma-se e deixa CT da Autoeuropa com vontade de ensinar cultura sindical
A actividade como membro da Assembleia Municipal da Moita é o único projecto imediato do antigo coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, que se reformou em Janeiro, mas gostava de dar aulas de cultura sindical.
"Para já vou descansar. Depois de 48 anos de descontos penso que mereço algum descanso", disse hoje à agência Lusa António Chora.
Sem qualquer projecto imediato para além da actividade como eleito do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal da Moita, no distrito de Setúbal, António Chora admite que gostava de dar aulas que pudessem contribuir para melhorar a cultura sindical dos futuros trabalhadores.
"Em Portugal falta cultura sindical e até mesmo cultura política. Penso que fazia falta a introdução de uma disciplina sobre cultura sindical nos cursos de gestão e de recursos humanos", disse.
"Penso que era importante que houvesse mais cultura sindical, porque os futuros trabalhadores devem conhecer os seus direitos e saber como os podem exercer da melhor maneira, porque isto não é só obedecer a tudo", acrescentou, reconhecendo que se trata de uma área a que gostaria de ficar ligado.
Para o antigo coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, a transmissão de conhecimentos nesta área poderia ser feita nas escolas técnico-profissionais e mesmo nos cursos de Gestão e de Recursos Humanos, para que os futuros empregadores também compreendam melhor os trabalhadores.
"Não há projectos nesta área, mas se surgirem, e se me convidarem, aceito", disse o ex-coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, estrutura representativa dos trabalhadores muitas vezes referida como exemplo a nível nacional nas últimas duas décadas.
Aos 62 anos de idade, António Chora foi substituído no cargo que desempenhava por Fernando Sequeira, o novo coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, e passou a integrar o clube dos reformados, desde o passado dia 17 de Janeiro.
Fora do mundo do trabalho, António Chora ainda tem a esperança de contribuir para melhorar a cultura sindical de trabalhadores e empregadores.