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Alterações climáticas dominam preocupações do Fórum Económico Mundial de Davos
O 37º Fórum Económico Mundial, que tem início amanhã em Davos, vai provavelmente ser um dos mais “verdes” de sempre. Este ano, as alterações climáticas vão marcar a agenda dos mais de 2 mil líderes mundiais, entre eles 800 CEO, durante os quatro dias que
O 37º Fórum Económico Mundial, que tem início amanhã em Davos, vai provavelmente ser um dos mais "verdes" de sempre. Este ano, as alterações climáticas vão marcar a agenda dos mais de 2 mil líderes mundiais, entre eles 800 CEO, durante os quatro dias que vão estar reunidos na estância de esqui suíça.
Sob o tema "The Shifting Power Equation", o fórum propõe-se debater os temas que vão marcar a agenda global em 2007. Muitos deles já são familiares para os participantes do Fórum Económico Mundial. Outros surgem pela primeira vez e vão merecer um especial destaque na edição de este ano. Entre eles, a crescente importância das economias emergentes, o forte crescimento dos produtores de "commodities", o papel crescente dos indivíduos ou de pequenos grupos sobre as instituições e a importância crescente dos consumidores em detrimento dos produtores. E por último, mas não menos importante, as alterações climáticas.
Este ano, o fórum organizou nada mais nada menos que 17 sessões sobre alterações climáticas. As sessões vão estar divididas em quatro categorias onde serão debatidos as implicações legais, políticas e económicas das alterações ambientais. Vai ainda ter lugar uma sessão plenárias sob o tema "Alterações climáticas: uma chamada para a acção".
"Temos tido muitos pedidos dos nossos membros para colocar as questões ambientais e climáticas no centro do programa do fórum", esclarece Dominic Waughray, director das iniciativas ambientais do Fórum Económico Mundial. Segundo um inquérito realizado pelo próprio fórum, cerca de 20% dos membros acreditam que as alterações climáticas devem ser umas das prioridades da agenda política – em 2005 esta percentagem foi de 9%.
"O Fórum Económico Mundial em Davos ocorre num momento crítico para o comércio, para o ambiente e para África. As conversações entre os líderes mundiais podem ajudar a alcançar os elementos para um futuro acordo pós-Quioto, a ser aprovado na próxima reunião do G8 na Alemanha, recomeçar as negociações da Organização Mundial do Comércio e promover o desejo de cumprir as promessas feitas em relação ao continente africano", disse Tony Blair, primeiro-ministro britânico e um dos participantes do fórum.
Um estudo realizado junto dos participantes no Fórum Económico Mundial de Davos revela que uma larga maioria acredita que a próxima geração vai viver num mundo mais próspero. No entanto, a mesma percentagem, cerca de 61%, considera que as próximas gerações vão viver num mundo menos seguro. "Este estudo permite concluir que os participantes de Davos olham para o mundo e os seus problemas de uma forma diferente do resto das pessoas. Partilham as mesma preocupações sobre segurança mas muitas vezes têm prioridades diferentes. O que é significativo é que os problemas ambientais estão a ganhar cada vez mais importância", diz Peter Torreele, director do fórum.
Os números do Fórum Económico Mundial
O Fórum Económico Mundial vai decorrer entre 24 e 28 de Janeiro e vai reunir políticos, executivos e gestores, artistas, académicos, líderes religiosos e membros da Greenpeace e da Amnistia Internacional. São cerca de 2.400 participantes vindos de 90 países que durante quatro dias vão debater as alterações ambientais, o terrorismo, as tensões no Médio Oriente e na Coreia do Norte, a globalização, o crescimento dos gigantes asiáticos e muitos outros temas.
Este ano, por exemplo, está previsto um encontro entre Angela Merkel e o líder palestiniano Mahmoud Abbas que visa encontrar soluções para resolver a actual crise no Médio Oriente.
Entre os participantes do fórum é possível encontrar Tony Blair e Thabo Mbeki, presidente sul-africano, Bill Gates e Michael Dell ou Bono, vocalista da banda irlandesa U2 e a super modelo alemã Claudia Schiffer.
Este fórum foi criado pelo professor suico Klaus Schwab e teve a sua primeira edição em 1971.