Notícia
Alemanha aprova bazuca de 748 mil milhões para enfrentar coronavírus
O executivo chefiado por Angela Merkel aprovou o lançamento de uma pacote de estímulos no valor de 748 mil milhões de euros para amortecer o impacto económico causado pela pandemia do novo coronavírus.
Com a ameaça crescente apresentada pela pandemia do novo coronavírus, também a Alemanha elevou a ambição da resposta ao impacto económico do surto. O governo alemão aprovou, na manhã desta segunda-feira, 23 de março, um pacote de cerca de 748 mil milhões de euros para fazer face à deterioração económica provocado pela pandemia em curso.
Já depois de o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, ter admitido que o PIB da Alemanha possa encolher 5% em 2020 devido aos efeitos decorrentes do surto, o governo chefiado pela chanceler Angela Merkel avança assim com um valor inédito de estímulo à maioria economia europeia que obrigará a um endividamento também sem precedentes, escreve a Bloomberg.
Trata-se de uma espécie de orçamento suplementar que leva Berlim a contrair 156 mil milhões de euros (cerca de 4,5% do produto alemão) de dívida pública para ajudar a financiar o aumento das despesas sociais e a necessidade de garantir apoios diretos às empresas. Além deste valor, fica ainda salvaguardada a possibilidade de serem contraídos mais 200 mil milhões de euros de dívida se se revelar necessário, o que dependerá do número de empresas a solicitar este apoio público.
Além daquele valor, o governo de aliança entre democratas-cristãos (CDU/CSU) e sociais-democratas (SPD) chegou também a acordo para lançar um fundo de resgate de 600 mil milhões de euros para conceder empréstimos e linhas de crédito às empresas mais penalizadas pela crise provocada pelo coronavírus. Este fundo permitirá ainda ao governo germânico assumir posições no capital social das empresas mais atingidas de modo a assegurar a sua viabilidade futura.
Aqueles 600 mil milhões subdividem-se em 400 mil milhões de euros para garantias, 100 mil milhões para o resgate de empresas e outros 100 mil milhões para empréstimos com garantias de Estado.
No fim de semana, o Financial Times escrevia que o executivo germânico iria aprovar um aumento da capacidade de endividamento público de 356 mil milhões de euros. No sábado, foi também avançado que a Alemanha iria lançar um fundo de 500 mil milhões de euros para apoiar o tecido empresarial.
Em conferência de imprensa, o ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, assegurou que a Alemanha faz bem em "usar a bazuca" e defendeu que nesta altura é fundamental conceder a "liquidez" necessária às empresas. A decisão hoje tomada em reunião de urgência do governo germânico surge numa altura em que a chanceler se encontra de quarentena após ter contactado com um médico com Covid-19.
Apesar da estimativa inicial do governo alemão, esta segunda-feira o instituto Ifo, sediado em Munique, apresentou um estudo que projeta que a economia germânica poderá encolher acima de 20% em 2020.
Com previsões cada vez mais gravosas para a economia alemã, e europeia, o governo alemão surge cada vez mais aberto à ideia de deixar cair a chamada regras dos orçamentos equilibrados, ou dos défices zeros, prevista na Constituição da Alemanha desde 2011.
A par desta disponibilidade da Alemanha para abrir os cordões à bolsa, ao nível da União Europeia foi já dada ordem para o aumento da despesa a fim de conter os efeitos da crise, nomeadamente através do reforço do endividamento. A Comissão Europeia acionou a cláusula de exclusão das regras de disciplina orçamental na Zona Euro, medida que terá ainda de ser aprovada pelo Conselho Europeu.
Já a partir desta segunda-feira está no terreno uma outra medida anteriormente aprovada e que passa pelo programa de apoio às empresas no valor de 500 mil milhões de euros mobilizado pelo banco de fomento estatal KfW.
(Notícia atualizada)
Já depois de o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, ter admitido que o PIB da Alemanha possa encolher 5% em 2020 devido aos efeitos decorrentes do surto, o governo chefiado pela chanceler Angela Merkel avança assim com um valor inédito de estímulo à maioria economia europeia que obrigará a um endividamento também sem precedentes, escreve a Bloomberg.
Além daquele valor, o governo de aliança entre democratas-cristãos (CDU/CSU) e sociais-democratas (SPD) chegou também a acordo para lançar um fundo de resgate de 600 mil milhões de euros para conceder empréstimos e linhas de crédito às empresas mais penalizadas pela crise provocada pelo coronavírus. Este fundo permitirá ainda ao governo germânico assumir posições no capital social das empresas mais atingidas de modo a assegurar a sua viabilidade futura.
Aqueles 600 mil milhões subdividem-se em 400 mil milhões de euros para garantias, 100 mil milhões para o resgate de empresas e outros 100 mil milhões para empréstimos com garantias de Estado.
No fim de semana, o Financial Times escrevia que o executivo germânico iria aprovar um aumento da capacidade de endividamento público de 356 mil milhões de euros. No sábado, foi também avançado que a Alemanha iria lançar um fundo de 500 mil milhões de euros para apoiar o tecido empresarial.
Em conferência de imprensa, o ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, assegurou que a Alemanha faz bem em "usar a bazuca" e defendeu que nesta altura é fundamental conceder a "liquidez" necessária às empresas. A decisão hoje tomada em reunião de urgência do governo germânico surge numa altura em que a chanceler se encontra de quarentena após ter contactado com um médico com Covid-19.
Apesar da estimativa inicial do governo alemão, esta segunda-feira o instituto Ifo, sediado em Munique, apresentou um estudo que projeta que a economia germânica poderá encolher acima de 20% em 2020.
Com previsões cada vez mais gravosas para a economia alemã, e europeia, o governo alemão surge cada vez mais aberto à ideia de deixar cair a chamada regras dos orçamentos equilibrados, ou dos défices zeros, prevista na Constituição da Alemanha desde 2011.
A par desta disponibilidade da Alemanha para abrir os cordões à bolsa, ao nível da União Europeia foi já dada ordem para o aumento da despesa a fim de conter os efeitos da crise, nomeadamente através do reforço do endividamento. A Comissão Europeia acionou a cláusula de exclusão das regras de disciplina orçamental na Zona Euro, medida que terá ainda de ser aprovada pelo Conselho Europeu.
Já a partir desta segunda-feira está no terreno uma outra medida anteriormente aprovada e que passa pelo programa de apoio às empresas no valor de 500 mil milhões de euros mobilizado pelo banco de fomento estatal KfW.
(Notícia atualizada)