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Aeroportos europeus lamentam restrições unilaterais para quem vem da China

O Conselho Internacional de Aeroportos da Europa diz que as medidas que estão a ser aplicadas por alguns países, incluindo da União Europeia, "estão em desacordo com toda a experiência e evidência obtidas nos últimos três anos".

Bloomberg
31 de Dezembro de 2022 às 15:37
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O Conselho Internacional de Aeroportos da Europa (ACI Europe) lamentou este sábado a decisão unilateral de vários países de imporem restrições sanitárias a viajantes vindos da China, incluindo testes para a deteção da covid-19.

Os aeroportos "consideram que testar viajantes da China e/ou impor outras restrições aos viajantes da China não é cientificamente justificado ou baseado em riscos", lembrando que isso mesmo disse expressamente o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), em comunicado.

As medidas que estão a ser aplicadas por alguns países, incluindo da União Europeia, como Itália, França e Espanha, e por terceiros "estão em desacordo com toda a experiência e evidência obtidas nos últimos três anos", denunciou a ACI Europe.

"A ineficácia das restrições internacionais em viagens para prevenir a propagação da covid-19 e as suas variantes preocupantes foi inequivocamente reconhecida tanto pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças como pela Organização Mundial de Saúde (OMS)", lê-se na nota.

A ACI Europe considera que "o foco deveria estar em aumentar a sequenciação do vírus de forma a identificar potenciais novas variantes e fazer a vigilância".

Neste contexto, recordam que a Comissária Europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, convidou esta semana, numa carta dirigida aos Ministros da Saúde, os Estados da UE a aumentarem as orientações de vigilância, por exemplo, sequenciando amostras para detetar novas variantes.

A Comissão Europeia sublinhou esta semana a importância da "coordenação" das medidas nacionais entre os 27, face à emergência de infeções por coronavírus na China.

"Temos de agir em conjunto e vamos continuar as nossas discussões (...). A coordenação das respostas nacionais a sérias ameaças transfronteiriças para a saúde é essencial", afirmou a Comissão Europeia no Twitter, na quinta-feira, no final de uma reunião do Comité de Segurança da Saúde para discutir a situação com os Estados-membros.

A Comissão não propôs qualquer protocolo específico para os viajantes oriundos da China, como fizeram países como Espanha, Itália, França, Índia, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia, Japão ou Estados Unidos, embora Bruxelas tenha salientado que, na reunião que decorreu na quinta-feira, "alguns Estados-Membros propuseram medidas como testes aleatórios aos viajantes".

"Mais uma vez estamos a afundar-nos numa manta de restrições de viagem injustificadas e descoordenadas, que não têm base científica", disse Olivier Jankovec, diretor-geral da ACI Europe.

A China vive uma vaga sem precedentes de infeções pelo coronavírus responsável pela doença respiratória covid-19, agravada desde que pôs fim, abruptamente no início de dezembro, às fortes restrições, com confinamentos e testes aleatórios.

As estatísticas oficiais indicam mais de 7.000 novos casos hoje e apenas uma morte ligada à covid, mas estes dados são considerados desfasados da realidade, até face ao registo de hospitais e morgues sobrelotadas há semanas.
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