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A era do dinheiro grátis pode estar a chegar

A era do dinheiro grátis pode estar a chegar. Numa altura em que os bancos centrais cortam as taxas de juro a uma velocidade inesperada, o custo do dinheiro está a ficar abaixo da taxa de inflação pela primeira vez desde o início do anos 80. E tudo indica que as reduções vão continuar nos próximos meses.

07 de Novembro de 2008 às 12:38
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A era do dinheiro grátis pode estar a chegar. Numa altura em que os bancos centrais cortam as taxas de juro a uma velocidade inesperada, o custo do dinheiro está a ficar abaixo da taxa de inflação pela primeira vez desde o início do anos 80. E tudo indica que as reduções vão continuar nos próximos meses.

Ontem, o Banco de Inglaterra realizou o maior corte de juros desde 1981: 1,5 pontos percentuais, numa altura em que a economia britânica está à beira da recessão. O Banco Central Europeu, que de Dezembro de 2005 a Julho de 2008 seguiu uma política de subida de juros, já cortou o valor do dinheiro duas vezes em menos de um mês em 1%, algo que nunca tinha acontecido na história do banco central da Zona Euro.

Além do Banco de Inglaterra e do BCE, também os bancos centrais da Suiça e da Dinamarca cortaram as suas taxas de referência. O corte da Suiça, em 50 pontos base, foi inesperado e é explicado com a possibilidade da economia registar uma contracção em 2009.

Na Dinamarca o corte, também de 50 pontos base, ocorreu depois do banco central ter aumentado por duas vezes a taxa de juro do país com o intuito de fortalecer a moeda, a coroa dinamarquesa.

Taxas vão continuar a cair

No caso do Reino Unido, há já analistas que antecipam cortes até próximo dos 0%. Esta possibilidade é muito relevante num país que nunca teve o preço do dinheiro abaixo dos 2%, nem mesmo nos anos da II Guerra Mundial.

Na Zona Euro tudo indica que Jean-Claude Trichet continue a reduzir os juros nos próximos meses. De acordo com os analistas contactados pela Bloomberg, o valor do dinheiro pode chegar aos 2,5%.

“É uma corrida para o zero”, disse Stewart Robertson, economista da Aviva Investors, em Londres, citado pela Bloomberg. “Não há obstáculos para mais cortes”, acrescenta Robertson.

Os cortes realizados ontem na Europa seguem-se às reduções realizadas na semana passada pela Reserva Federal norte-americana, que cortou os juros para 1%, e pelo banco central do Japão, que reduziu para os 0,3%. A Austrália e a Índia também cortaram os juros.

Na Coreia do Sul, o banco central cortou hoje o preço do dinheiro, pela terceira vez em quatro semanas e assinalou já novos cortes. A taxa de juro de referência do país está agora nos 4%, o nível mais baixo desde 2006.

Economia mundial continua a abrandar

A política monetária está a ser facilitada devido às implicações que a crise do crédito, que já dura há 15 meses, está a ter no crescimento económico e na evolução das taxas de inflação.

Ontem, o Fundo Monetário Internacional voltou a cortar as previsões de crescimento económico mundial para 2009. O FMI baixou a estimativa de 3%, apresentada há um mês, para 2,2% e antecipou a primeira contracção das economias desenvolvidas desde que foi criado em 1945.

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