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A saúde da economia alemã e os riscos para Portugal e a UE

Alemanha entrou em recessão técnica no primeiro trimestre do ano. Indicadores avançados apontam para que recessão alemã seja prolongada. Contração no conjunto do ano, ainda que ténue, pode chegar a 0,4% e deverá fazer mossa nas economias do bloco europeu.
Joana Almeida 28 de Junho de 2023 às 14:55

Diz a sabedoria popular que "quando a Alemanha espirra, a Europa constipa-se" e as mais recentes previsões económicas para a Alemanha  não são animadoras para o bloco europeu. As diferentes entidades que monitorizam a evolução do produto interno bruto (PIB) da chamada "locomotiva da Europa" apontam para uma contração que pode chegar a 0,4% no conjunto deste ano, com a Alemanha a ter de lidar com a ameaça de uma recessão prolongada.

 

O comportamento da economia alemã nos primeiros três meses deste ano tinha já lançado sinais de alerta. Entre janeiro e março, o PIB da maior economia europeia caiu 0,3%, entrando novamente em recessão técnica ao somar o segundo trimestre consecutivo de redução do PIB. Isto apesar de o inverno ter sido menos rigoroso e ter permitido lidar melhor com a crise energética.

 

Face a esse arranque de ano difícil, as previsões para o conjunto de 2023 não são também elas favoráveis. O banco central alemão, Bundesbank, ainda estima que a economia germânica cresça "ligeiramente" entre abril e junho – apesar da inflação e as taxas de juro elevadas continuarem a pressionar a procura –, mas diz que a Alemanha deverá contrair 0,3% no conjunto do ano.

 

Mais pessimista, o instituto económico alemão Ifo prevê que a recessão na Alemanha se mantenha para lá do segundo trimestre, prejudicando (ainda mais) o desempenho anual da economia alemã. "Com a queda surpreendentemente acentuada no clima de negócios do Ifo em junho [que passou de 91,5 para 88,5 pontos], há uma elevada probabilidade de que a queda no crescimento económico alemão continue no semestre de verão e  a recessão seja prolongada",  explica ao Negócios o diretor de análise económica do Ifo, Timo Wollmershäuser.

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